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FTX falsificava valor das reservas mantidas em seu fundo de emergência, diz cofundador

Valor alocado no fundo de emergência da FTX era uma grande mentira, de acordo com o ex-diretor de tecnologia da exchange falida de criptomoedas

 (Reprodução/Reprodução)

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Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 9 de outubro de 2023 às 16h40.

Última atualização em 9 de outubro de 2023 às 16h53.

A exchange de criptomoedas FTX usou a linguagem de programação Python de forma oculta e maliciosa para deturpar os valores mantidos em seu fundo de emergência – uma reserva de fundos destinada a minimizar as perdas dos usuários da exchange durante grandes eventos de liquidação – de acordo com o testemunho de seu cofundador, Gary Wang.

Em um depoimento contundente concedido em 6 de outubro, o ex-diretor de tecnologia da FTX, Gary Wang, disse que o chamado fundo de emergência de US$ 100 milhões da FTX instituído em 2019 foi falsificado e nunca conteve nenhum token da FTX (FTT), como alegava a empresa.

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Em vez disso, o valor aribuído ao fundo divulgado ao público era calculado multiplicando o volume diário de negociação do token FTX por um número aleatório próximo a 7.500.

"Os 5,25 milhões de FTT que alocamos em nosso fundo de emergência em 2019 agora equivalem a mais de US$ 100 milhões", publicou a FTX no Twitter em 2021.

Fundo de emergência falso

Quando a promotoria trouxe à tona a postagem acima – entre outras declarações públicas atribuídas às reservas do fundo – e perguntou a Wang se os valores correspondiam à realidade, ele respondeu com uma única palavra: "Não."

"Para começar, não há FTT no fundo de emergência. Trata-se apenas de um número em dólares. E, segundo, o valor mencionado aqui não corresponde ao que estava no banco de dados."

Uma prova apresentada em 6 de outubro no julgamento de mostra o código que teria sido usado para gerar o valor das reservas do chamado "Backstop Fund" ou fundo de emergência público.

"Das evidências apresentadas ontem no caso dos EUA contra Sam Bankman-Fried: a acusação mostra que o 'fundo de emergência' do qual a FTX se gabava era falso, e foi calculado apenas multiplicando o volume diário de negociação por um número aleatório em torno de 7.500", publicou Molly White no Twitter.

O fundo de emergência da FTX foi projetado para minimzar as perdas dos usuários em caso de grandes e repentinas movimentações do mercado e o valor total de suas reservas era frequentemente divulgado no site e nos perfis de redes sociais da exchange.

De acordo com o depoimento de Wang, no entanto, o valor contido no fundo era frequentemente insuficiente para cobrir essas perdas.

Por exemplo, em 2021, um operador explorou uma falha no sistema de negociações de margem da FTX para assumir uma posição desproporcional na MobileCoin, resultando em uma perda de centenas de milhões de dólares para a FTX, de acordo com Wang.

Quando Bankman-Fried percebeu que o fundo de emergência havia praticamente se esgotado, Wang disse que foi instruído a fazer com que a Alameda "assumisse" a perda, numa tentativa de ocultar a perda, já que os balanços da Alameda eram menos acessíveis e divulgados do que os da FTX.

Além de revelar a fraude ocultada sob a fachada do fundo de emergência da FTX, Wang alegou que Bankman-Fried pediu a ele e a Nishad Singh que implementassem um recurso de saldo "allow_negative" no código da FTX para permitir que a Alameda Research tivesse acesso a liquidez quase ilimitada na exchange de criptomoedas.

Em 5 de outubro, Wang – que já se declarou culpado de todas as acusações feitas contra ele – admitiu ter cometido fraude eletrônica, fraude de commodities e fraude de valores mobiliários em conluio com Bankman-Fried, a ex-CEO da Alameda Research Caroline Ellison e o ex-diretor de engenharia da FTX Nishad Singh.

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