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FTX declara falência após crise de liquidez, saques bloqueados e ativos congelados

Segunda maior corretora cripto protagonizou um dos maiores colapsos do setor até o momento; CEO perdeu toda a sua fortuna e renunciou do cargo

Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX (Bloomberg/Getty Images)

Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX (Bloomberg/Getty Images)

A FTX foi a protagonista do evento que “sacudiu” o mercado de criptomoedas esta semana. Depois de momentos de calmaria, o setor teve de encarar uma crise de liquidez que acometeu a segunda maior corretora cripto do mundo, que culminou no anúncio de pedido de falência nesta sexta-feira, 11.

“A FTX Trading anuncia hoje que a West Realm Shires Services, Alameda Research e aproximadamente 130 outras empresas afiliadas ao Grupo FTX começaram voluntariamente o processo de falência sob o capítulo 11 do Código de Falência dos Estados Unidos no Distrito de Delaware”, anunciou a empresa em um comunicado.

A falência da FTX já era algo muito esperado por investidores e especialistas, principalmente depois da Binance, maior concorrente, ter desistido da aquisição da corretora. Segundo o próprio CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, seriam necessários US$ 8 bilhões em empréstimos para resolver a situação.

(Mynt/Divulgação)

Ainda que tenha anunciado na última quinta-feira, 10, uma tentativa de recuperação em parceria com o blockchain Tron, o depósito de aproximadamente US$ 13 milhões e a promessa de novas remessas semanais aparentemente não foi o suficiente.

Além disso, Bankman-Fried renunciou ao cargo de CEO, que passa a ser ocupado por John Ray III.

“Me desculpem. Eu estraguei tudo e deveria ter feito melhor”, se desculpou o ex-CEO da FTX no Twitter na última quinta-feira, 10. Sam Bankman-Fried perdeu 94% de sua fortuna em apenas um dia com o colapso.

Os processos de falência do Capítulo 11 nos Estados Unidos são solicitados quando a empresa espera poder reestruturar suas operações. As empresas que declaram falência pelo capítulo 11 podem continuar suas operações do dia a dia. 

Caso FTX

Tudo começou quando veio à público o balanço da Alameda Research, empresa do grupo. Cerca de 30% de suas reservas eram de FTT, token emitido pela própria FTX. A informação gerou temor em investidores, causando pressão vendedora no FTT e uma onda de saques na corretora, que logo precisou congelá-los.

“O alívio imediato do Capítulo 11é apropriado para promover a oportunidade do Grupo FTX de resolver a situação e desenvolver um processo para maximizar a recuperação de perdas de seus stakeholders. Gostaríamos de destacar que cada funcionário, cliente, credor, acionista, investidor, autoridade governamental ou qualquer outro stakeholder que vamos conduzir o processo com diligência, rigor e transparência”, diz o documento.

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