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Foxbit segue concorrentes e lança plataforma de "tokenização" de ativos

Primeiro produto lançado pela Foxbit Tokens é um criptoativo que equivale a precatórios; primeiras horas de negociação têm 35% da oferta vendida

Foxbit anuncia lançamento de plataforma para transformar ativos reais em ativos digitais (metamorworks/Getty Images)

Foxbit anuncia lançamento de plataforma para transformar ativos reais em ativos digitais (metamorworks/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 12h43.

Última atualização em 10 de agosto de 2021 às 13h18.

O uso da tecnologia blockchain para facilitar o acesso e a negociação de ativos do mercado financeiro tem se tornado cada vez mais comum. Direitos federativos sobre jogadores de futebol, dólar, ouro, fundos imobiliários, precatórios e até ações já foram transformados em criptoativos. De olho neste mercado, a Foxbit, uma das principais corretoras cripto do país, lançou, nesta terça-feira, 10, a Foxbit Tokens.

A Foxbit Tokens é uma plataforma de tokenização, ou seja, seu objetivo é desenvolver e permitir a negociação de ativos digitais lastreados em ativos reais. O primeiro produto lançado pela nova plataforma é o FTPC-34645, que são tokens lastreados por títulos de dívida do governo — os chamados precatórios. O token tem, segundo a empresa, prazo estimado para pagamento em 20 meses e rentabilidade conservadora estimada em 20% no período. A empresa também oferece liquidez antecipada para o ativo, com garantia de recompra a partir de outubro.

Os números são estimativas, e o investimento envolve os mesmo riscos de se investir em precatórios de maneira convencional. A vantagem do blockchain está na maior liquidez e facilidade de acesso — basta entrar na plataforma e comprar os tokens com poucos cliques, como se faz com qualquer criptomoeda. “O Foxbit Tokens vai simplificar e proporcionar diversificação aos nossos clientes. Estamos olhando uma vasta gama de oportunidades em tokens, e vamos fazer isso de um jeito acessível a qualquer pessoa. É apenas o início de um mercado completamente novo, e podemos inovar com muita velocidade, aguardo ansiosamente o feedback de nossos clientes”, disse João Canhada, CEO da Foxbit.

Nas primeiras horas de negociação, a plataforma já vendeu cerca de 35% dos 3.628 tokens disponibilizados, gerando cerca de 130.000 reais em tokens FTPC-34645, que custam 100 reais cada um. "Esse precatório estadual foi escolhido a dedo para o primeiro lançamento, porém, tem uma série de novos ativos que estamos analisando com cuidado, a ideia é permitir que o cliente diversifique e possa usar nossa plataforma pra algo a mais do que só comprar e vender bitcoin", explicou Canhada.

Para Canhada, o uso da tecnologia blockchain na negociação de ativos do mercado tradicional pode permitir que investidores do varejo busquem exposição a produtos que não seriam acessíveis pelo caminho convencional: "A tecnologia blockchain garante transparência e liquidez, pois a tokenização permite a quebra de um ativo de milhões [de reais] em milhares de partes pequenas, facilitando o acesso do pequeno investidor, que antes não conseguiria acesso a esse produto pelo tamanho mínimo de aplicação".

A Foxbit Tokens não é a primeira a tokenizar precatórios no Brasil. Antes, o Mercado Bitcoin já havia criado um produto semelhante — a corretora também já tokenizou direitos federativos de jogadores do clube Vasco da Gama. O BTG Pactual, em 2019, lançou o ReitBZ, token que representa cotas de participação em um fundo de imóveis e que foi o primeiro criptoativo a pagar dividendos de imóveis a seus proprietários no mundo.

Já o fundador da corretora BitcoinTrade, Daniel Coquieri, também lançou uma plataforma de tokenização, que criou um token que representa direitos de jogadores do Cruzeiro. Fora do país, corretoras de criptoativos que negociam tokens equivalentes a ações de grandes empresas também já é algo comum. Além disso, diversas stablecoins circulam no mercado de criptoativos e são uma forma fácil de buscar exposição a ativos como dólar e ouro.

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