FMI costuma adotar tom cauteloso em relação a criptomoedas e blockchain (Yuri Gripas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2022 às 09h42.
Apesar de frequentemente adotar tom cauteloso, quando não contrário, às criptomoedas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou documento recentemente em que afirma que as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e alguns criptoativos podem ser alternativas mais eficientes do ponto de vista energético do que produtos financeiros tradicionais.
"Dependendo de detalhes específicos sobre como são configurados, CBDCs e alguns tipos de criptoativos podem ser mais eficientes em termos de energia do que grande parte do cenário de pagamentos atual, incluindo cartões de crédito e débito", diz o documento do FMI publicado no final de junho.
O FMI também afirma que alguns bancos centrais já trabalham para que suas CBDCs possam ser utilizadas com cartões físicos, o que, segundo o próprio Fundo, pode ajudar a acelerar a sua adoção.
Para a instituição, é importante que governos que consideram a criação de CBDCs, como o brasileiro, com o Real Digital, olhem atentamente para a questão do consumo energético, que "será fator determinante para o futuro do dinheiro".
O FMI afirma que blockchains com mecanismo de consenso de prova de trabalho (Proof-of-Work, ou PoW), como o bitcoin, consomem mais energia do que cartões de crédito e recomenda o foco em redes com outros mecanismos que, segundo o Fundo, "fazem o consumo de energia desses criptoativos ser muito menor do que de redes de cartões de crédito".
Apesar do tom positivo em relação à tecnologia em termos de consumo de energia, o FMI já se posicionou diversas vezes de maneira contrária ao setor de cripto e blockchain. Por exemplo, com diversas críticas à lei que tornou o bitcoin uma moeda de curso forçado em El Salvador, ou quando afirmou que o crescimento do mercado cripto era uma ameaça à estabilidade financeira.
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