Ethereum é um dos principais projetos do mercado cripto (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 11h57.
A Fidelity, uma gestora que possui US$ 4,23 trilhões de ativos sob gestão (R$ 21 trilhões, na cotação atual) compartilhou nesta semana a sua tese de investimento na Ethereum, um dos principais projetos do mercado cripto. No relatório, a empresa explicou porque defende o investimento em ether, criptomoeda do blockchain.
A gestora pontua que "embora os usuários possam obter utilidade tecnológica da rede Ethereum acessando os vários aplicativos do ecossistema, alguns podem se perguntar: 'como a utilidade se traduz em valor para o token ether?'". Para tentar responder à pergunta, o relatório reúne diversos dados.
Os números trazidos pela Fidelity mostram que "o uso geral da plataforma Ethereum pode repassar valor aos detentores de tokens". Em geral, foi observado que um crescimento no uso do blockchain resultou em uma valorização da criptomoeda, beneficiada pela atividade maior.
Nesse sentido, a Fidelity argumenta que "o valor percebido do ether está vinculado ao uso da rede e à dinâmica de oferta e demanda". Esse último ponto, porém, mudou a partir de setembro de 2022 com a atualização The Merge, que introduziu um novo mecanismo de consenso na rede.
Nele, usuários podem se tornar validadores de movimentações no blockchain ao depositarem e bloquearem uma determinada quantidade da criptomoeda, uma prática chamada de staking. Em troca, eles recebem um valor como recompensa pelas validações.
Com isso, a Fidelity avalia que a troca permite agora que os donos de ether recebem uma renda passiva, e uma parte dessa renda "é gerada por um crescimento no uso da rede". Na prática, o ether tem funcionado como uma "moeda" do blockchain, se beneficiando de uma base maior de usuários.
"Tanto na teoria quanto nos dados até agora, o aumento da atividade na rede Ethereum impulsiona a demanda por validações, o que, por sua vez, gera fluxo de caixa que pode acumular lucro para detentores de tokens", explica a Fidelity no relatório.
Para a gestora, também é evidente, porém, que essa dinâmica envolve "vários fatores que são complexos, cheios de nuances e que mudaram ao longo do tempo, com várias atualizações de protocolo e o surgimento de projetos como foco em ganho de escala, como as redes blockchain de segunda camada".
Por isso, a Fidelity alerta que a tese de investimento na criptomoeda poderá mudar no futuro, dependendo das próprias alterações que o blockchain sofra nos próximos anos. Ao mesmo tempo, a gestora vê o ether como uma alternativa ao bitcoin, já que a Ethereum possui diferentes casos de uso que, hoje, não são abarcados pelo blockchain do ativo, em especial para transações mais complexas.
"As transações de bens de uso diário ainda não estão ocorrendo na Ethereum de forma perceptível, mas as transações físicas e o mundo cripto parecem estar convergindo", afirma a Fidelity. Nesse sentido, ela acredita que "uma convergência de aplicações convencionais para a Ethereum levaria a uma demanda maior por ether, é por isso que essa tendência de longo prazo poderia ser um dos casos mais convincentes para o ether como uma aspirante a alternativa monetária".
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