Quiosque da "Família Bitcoin" na cidade de Lagos, em Portugal (Didi Taihuttu/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 3 de julho de 2022 às 16h10.
A "Família Bitcoin", que em 2017 trocou todo o seu patrimônio pela criptomoeda - inclusive uma casa de 230 metros quadrados - já perdeu mais de US$ 1 milhão com a queda recente do ativo digital, mas continua otimista sobre o futuro do bitcoin.
"Estou comprando bitcoin todos os dias", comentou o patriarca da família, Didi Taihuttu, em entrevista à CNBC. "Para mim, a lição que aprendi nos últimos dois ciclos, é que quando todo mundo estiver enlouquecendo e pensando que o bitcoin vai quebrar, eu estarei comprando mais bitcoin".
Ao decidir apostar na criptomoeda, a família Taihuttu não trocou apenas o seu patrimônio pelo ativo digital, mas se tornou uma espécie de embaixadora do bitcoin. eles passaram a viver "na estrada", viajando o mundo para promover a tecnologia blockchain e o mercado cripto.
A aposta, mesmo com o prejuízo recente, deu certo: quando optaram pela criptomoeda, em janeiro de 2017, o bitcoin era negociado a cerca de US$ 900. Hoje, mesmo perdendo quase 60% do valor em 2022, é cotado a quase 21 vezes mais, a US$ 19.250.
Didi Taihuttu contou ainda que, durante a alta do mercado, no ano passado, a família realizou lucros de uma parte significativa de sua posição em bitcoin. Ele fez isso na queda que começou pouco depois que a criptomoeda atingiu seu recorde de preço, perto de US$ 68.000, em novembro do ano passado.
"US$ 55.000, para mim, foi a confirmação de que iríamos cair ainda mais", disse, citando o valor da criptomoeda quando se desfez de 15% da posição da família. Ele também afirmou que, desde que trocaram tudo pelo bitcoin, já desfizeram a posição de bitcoin, para depois investir novamente no ativo, várias vezes: "Essa a 'bitcoin life'", disse.
O pai da "Família Bitcoin" também usa a sua experiência para falar com otimismo sobre o futuro, citando a queda de 2018, quando o bitcoin perdeu quase 80% do seu valor antes de voltar a subir para novos recordes de preço. Para ele, a criptomoeda vai atingiu um fundo perto de US$ 15.000, até se recuperar para mais de US$ 140.000 até 2025. "Agora é o momento ideal para comprar", disse.
À CNBC, Didi conta que o portfólio da família valorizou mais de 2.000% nos últimos seis anos. "Devagar, as pessoas vão entendendo que investir em bitcoin e guardar a criptomoeda é mais rentável do que ficar procurando a altcoin que vai valorizar milhares de vezes", afirmou.
Nos seis anos em que estão viajando pelo mundo, a "Família Bitcoin" já visitou 40 países, mas agora decidiu se fixar em Portugal, um dos poucos países europeus que não cobra impostos sobre cripto. O objetivo, ele contou, é cuidar do quiosque temático que a família abriu em uma praia do Algarve, e ajudar a popularizar o uso do bitcoin como meio de pagamento na região através do uso da Lightning Network, uma solução de segunda camada para microtransações e pagamentos usando a rede Bitcoin. "Acho que em uns seis meses eu já vou conseguir fazer a praia inteira aceitar bitcoin", disse.
Apesar do otimismo para o futuro, o presente e o passado recente do bitcoin e do mercado cripto de forma geral não são nada positivos. Na última semana, a criptomoeda encerrou o pior mês da sua história e o pior trimestre desde 2011. No momento, o bitcoin é cotado a US$ 19.210, com queda de quase 60% no ano, 35% no último mês e 10% na última semana. A criptomoeda é negociada a um preço 72% menor do que sua máxima história.
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