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Ex-Guns N' Roses usa cripto para descobrir cura de doenças e doa US$ 20 milhões para Hospital da USP

Matt Sorum, ex-membro do Guns N' Roses, desenvolveu iniciativa em prol da saúde; a Sthorm usa criptoativos para buscar pela cura de doenças como a covid-19

Pablo Lobo e Mariano Boris também são fundadores da Sthorm (Yuichiro Chino/Getty Images)

Pablo Lobo e Mariano Boris também são fundadores da Sthorm (Yuichiro Chino/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 5 de setembro de 2022 às 17h32.

Última atualização em 5 de setembro de 2022 às 17h48.

Junto com Pablo Lobo e Mariano Boris, Matt Sorum, ex-baterista do Guns N' Roses, construiu a Sthorm, um ecossistema que usa diversas ferramentas do universo dos criptoativos para construir ciência descentralizada (DeSci). Os primeiros frutos da proposta já são realidade e podem, em breve, transformar a vida de pessoas em todo o mundo.

A Sthorm já anunciou a descoberta e produção de anticorpos monoclonais para combater a covid-19. O financiamento da pesquisa para produção dos anticorpos (que é conduzida pelo laboratório Mabloc) foi realizado pela ViralCure, com captação em criptoativos e ações com NFTs.

(Mynt/Divulgação)

Os anticorpos monoclonais para covid-19, e que foram financiados, entre outros, com o uso de criptoativos, são 'open source', ou seja, qualquer país que queira produzir os anticorpos monoclonais para combater a covid-19 em sua nação podem fazer isso sem pagar nada para a Mabloc, nem para a Sthorm nem para a ViralCure.

Além disso, entre os projetos que estão em desenvolvimento há anticorpos para dengue, zika e febre amarela. Todos estão sendo financiados com criptoativos e com NFTs. Além do desenvolvimento de anticorpos para a covid-19 o portfólio de transformação social da Sthorm também conta com o sucesso da arrecadação de US$ 20 milhões para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).

Os recursos arrecadados no ano passado foram usados para financiar as ações de tratamento e pesquisa em torno da pandemia do coronavírus no Hospital das Clínicas, que se tornou referência em covid-19 no Brasil.

Junto com Leonardo Cavalcanti, do MoneyTimes, o Cointelegraph conversou com Matt Sorum, sobre como a tecnologia blockchain pode ajudar a transformar a vida da pessoas e o baterista revelou acreditar que bitcoin e as criptomoedas são muito mais que carros de luxo e valorizações expressivas. Confira:

CTBR: Vocês estão usando blockchain para arrecadar fundos para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos de saude?

MS: Sim. Eu conheci o Pablo há dez anos e ao longo desta jornada começamos a trabalhar com tecnologia e começamos essa empresa, Sthorm e toda a ideia, desde o começo, era gerar impacto social. Nada para ganhar dinheiro, ficar milionário. Não é sobre isso. Não é sobre vender tokens, sobre vender NFTs, sobre to the moon e lambo. É sobre ajudar a transformar o mundo.

Então o objetivo é desenvolver e apoiar uma ciencia descentralizada?

Qual o legado que você quer deixar para o mundo. Quando você se for qual será o seu legado? Eles dirão Matt Sorum. 'Sim, ele era um baterista famoso que tocou com Guns Roses'. Mas o mais importante, 'ele ajudou as crianças. Ele ajuda as pessoas em outros países. Ele queria ajudar a construir um sistema descentralizado de saúde que ajudasse os desprivilegiados, pessoas que são esquecidas'.

Portanto é isso que temos que fazer, temos que tomar o poder com conhecimento, com nossa voz e nosso computador. Isso me excita. A Sthorm me excited.

Quando estava no Rock in Rio, eram 250 mil fãs, sentindo o mesmo sentimento intenso. Você olha nos olhos deles e eles estão dizendo eu te amo. Isso é pesado. Isso é intenso. Então isso se torna seu e você precisa estender essa gratidão das pessoas.

Então agora é a minha vez de dizer eu te amo e tudo que ganhei de amor, vou devolver com a Sthorm e nossas iniciativas em blockchain para ajudar as pessoas.

(Mynt/Divulgação)

Onde vocês querem chegar?

Queremos que daqui há dez anos as pessoas possam ter acesso a saúde e blockchain é parte disso. Daqui há dez anos, esta será uma conversa antiga. Daqui há dez anos  a Web3 será realidade. Blockchain estará em inúmeras aplicações do dia a dia. Você estará vivendo em uma comunidade que se concentra em tokens, você precisa se lembrar disso, lembrar do que estamos falando aqui.

Há 3 bilhões de jogadores no mundo vivendo em um mundo virtual. Metaverse é a próxima linguagem, certo? Metaverso é a próxima geração do que já está surgindo. Eu sou um cara mais velho. Mas eu gosto de ouvir. Eu sempre escuto. Eu escuto o que está por vir. Você sabe, e isso é, esse é o futuro.

Sthorm é Web3. Sthorm é metaverso é blockchain.  As pessoas as vezes só querem mais e mais e mais, só querem pegar e guardar e eu digo, você sabe o que realmente você quer? Você já tem o suficiente. Agora é a hora de compartilhar com todos o conhecimento.

Revolução com blockchain

Você acredita que blockchain é parte desta revolução para a criação de uma ciencia descentralizada?

O blockchain não é diferente de quando as coisas começaram a ser digitalizadas com a internet. E o começo da internet não foi diferente do começo do blockchain. Levou tempo para surgir o Yahoo, MySpace, Google, etc. Blockchain é igual a internet, é um protocolo onde as pessoas podem construir coisas sobre ele.

Agora o que difere a blockchain de outros protocolos é que ela é descentralizada e aberta, ou seja, todos somos capazes de manter uns aos outros sob controle. Qualquer um que esteja naquele nó, ou naquela informação, tem acesso, não como se todo o resto fosse meio que escondido de nós. Certo? Então é impossível estar longe desta inovação.

Eu venho de quando o rock and roll costumava ser feito e ouvido por meio de discos de vinil e fitas K7. Então veio Sean Parker, que criou uma coisinha chamada Napster. E de repente, eles pegaram nossa música e a digitalizaram e jogaram na internet. E todo mundo ficou louco se perguntando: O que diabos foi isso?

E então Steve Jobs veio e disse, eu vou transformar isso em um download digital. Não, não estávamos preparados. Não estávamos prontos. Ninguém estava pronto. E foi isso que foi a queda das pessoas na hierarquia da música, foi assim que a Torre de Marfim da indústria da música ruiu, porque eles não prestaram atenção, porque eles eram muito velhos para entender esta mudança. O mundo muda o mundo.

Portanto, tudo muda e você tem de estar aberto e disposto a ouvir. Porque muitas vezes estamos confortáveis em nossas casas, sendo bem pagos e pensamos “Oh, nada vai acontecer, eu estou bem. Ninguém vai entrar aqui para nos atrapalhar no negócio de discos.

Bem, adivinhe? Agora temos Spotify. E, de repente, agora as pessoas vão ouvir suas músicas em qualquer lugar e nós vamos te pagar menos”.

Porém, há uma solução para esta transformação que eliminou intermediários na indústria da música mas criou outros intermediários na indústria digital: o P2P.  Agora você não precisa mais de intermediários e todas as pessoas que estão no meio disso agora são nós. Esse é o primeiro sinal de que a mudança é real. E agora esta não é uma mudança de chefes, ou seja, mudar um intermediário para o outro, é uma mudança que fortalece o artista e fortalece o povo.

Uma mudança financeira também? 

Veja o que acontece com as finanças, eu estou no Brasil e para receber uma transferência bancária demora três dias. Então eu uso minha conta na Coinbase e em menos de 5 minutos eu retiro o transformo meus tokens em fiat e posso usar no Brasil, sem que meu banco nem saiba o que está acontecendo.

Este é um novo sistema de distribuição e agora eu estou no comando, não mais um intermediário.

Transformação social

Qual o potencial dos NFTs neste cenário de transformação social que você aponta? 

Bem, há fãs, certo, você é fã de uma banda, gosta de música da qual quer fazer parte. É uma ótima conexão com os NFTs, antes havia muita divisão com muitos intermediários. Agora somos o dono de nossos produtos culturais.

Eu tenho um monte de músicas gravadas e quero com elas ajudar as meninas no Afeganistão que estão em apuros. Agora eu posso fazer isso, eu gravo a música, eu levo o dinheiro e entrego para elas. Pronto. Sem intermediários.

Como músicos, tive uma vida incrível. Eu não preciso de nada mais do que me foi dado. Eu só preciso sair de casa com minha família e me alimentar, cuidar do meu bebê. E depois o resto. Você dá e você recebe amor.

Se você olhar para os cartões de baseball, as pessoas costumavam colecionar cartões de baseball como isso. E era um item físico. Então é digitalizar esse conteúdo em um cartão físico dentro de um NFT, e ser capaz de manter isso em uma forma específica digitalmente. Tem valor. Tem o valor que vão dar para ele, e o mercado fará o que fará.

Mas eu acho que NFT é algo muito mais profundo que isso. Eu vou usar para causar impacto, vou usar para o bem. Eu vou usar para que as pessoas possam se envolver, e fazer parte disso, da comunidade e blockchain.

Existem tantas coisas que é possível fazer com NFTs, intermináveis. É preciso lembrar delas no seu começo, eu conheci NFT há seis anos atrás. Eu estava lá quando lançaram os "Cryptokitties", Dapper Labs, Richard Pocklington, eu estava com o Richard Pocklington quando ele lançou o Cryptokittie.

Todos nós estávamos tipo 'o que é isso?', eram tipo gatinhos digitais, uma loucura porque as pessoas amam gatos, as pessoas amam flores, amam buldogues franceses, as pessoas amam arte, amam música, baseball, basquete. É tudo sobre o que você ama.

Eu estou animado sobre o futuro dos NFTs, eu acho que é muito cedo ainda.

Dentro desta proposta de ciência descentralizada e de impacto social, você pretende lançar uma coleção de NFTs?

Eu e minha marca, 'Good Noise', junto com a Storhm, vamos lançar um NFT nos próximos meses que vai ser muito poderoso. Será sobre impacto, e as pessoas vão ser parte dessa causa. Vamos levantar fundos com esse NFT e unir as pessoas ao mesmo tempo como uma ONG digital e online, uma ONG, uma causa.

É preciso lembrar que até ONGs podem ser corruptas também. Muita merda acontece dentro do mundo das ONGs. Você doa seu dinheiro para uma caridade e pensa, espera aí, para onde é que todo o dinheiro foi?

Descentralização vai provar para as pessoas que isso é uma realidade. Você não pode manipular o sistema. É uma marca [na blockchain] que diz, olha esse é o dinheiro e aqui é onde ele está guardado. Esse é o dinheiro que foi gasto para a causa. É importante.

Porque quando você doa para uma caridade quer ter certeza que o dinheiro chegue para aquilo que está destinado. Por isso eu acredito que podemos solucionar diversos problemas com ONGs e organizações filantrópicas em blockchain e NFTs. Isso é bem empolgante. É isso que eu gostaria de fazer.

Há alguma criptomoeda em particular que atrai a atenção de Matt Sorum?

Eu sou um ambientalista sabe? Eu faço doações à caridades da causa animal, sou um cara planeta, um ambientalista. Sou muito fã de Cardano [ADA], Polygon [Matic], eu gosto dos caras menores.

Eu conheci Charles Hoskinson [fundador da Cardano] quando eu estava em Dallas e ele é um cara muito inteligente. Tenho torcido por eles. O projeto tem uma quantidade menor de pegada de carbono. Cardano e Polygon. Tipo Tezos [XTZ]. Tezos é legal, gosto do que estão fazendo.

Você precisa lembrar que antes havia bitcoin e Ethereum. Eles viram o que estava sendo feito e lensaram como poderiam fazer melhor. Eu sou um tipo como torcedor dos projetos pequenos, sabe? Tenho dinheiro em alguns também e acredito neles.

E sobre o metaverso, acredita que ele pode ajudar a impulsionar esta nova realidade?

Bom, estamos construindo um metaverso com a 'Good Noise', minha marca. Vou permitir que as pessoas venham ao meu mundo e o ver o que faço, sabe? Andar por aí ver tudo e essas coisas. Quer ver meu set de bateria? Será algo como, ei venham todos para meu set de bateria, só vir ao meu metaverso. Estamos construindo isso. Vai ser bem legal.

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