Sam Bankman-Fried disse que subsidiária da FTX nos EUA está "totalmente solvente" (FTX/Reprodução/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 10h55.
Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 11h33.
O ex-CEO e fundador da FTX Sam Bankman-Fried negou ter misturado "conscientemente" os fundos dos clientes da corretora de criptoativos com os recursos da própria empresa. Para ele, a quebra da exchange está ligada a uma série de falhas de supervisão envolvendo também a Alameda Research, outra companhia fundada pelo empresário.
SBF, como o empresário é conhecido, participou de um evento promovido pelo jornal Wall Street Journal que também contou com participações de figuras importantes, como a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg.
"Eu não misturei fundos conscientemente. E, novamente, uma parte disso envolve a negociação de margem que você conhece, clientes que tomam empréstimos uns dos outros. A Alameda é um deles. Fiquei francamente surpreso com o tamanho da posição da Alameda", comentou Bankman-Fried.
Segundo ele, o acesso da Alameda a fundos da FTX, incluindo de clientes, indicaram uma "outra falha de supervisão da minha parte. E uma falha em nomear alguém para ser o principal responsável por isso. Mas eu não estava tentando misturar fundos".
Questionado sobre as inconsistências no balanço da Alameda Research, Bankman-Fried disse que havia uma "discrepância substancial entre quais eram as finanças, quais eram as finanças do público, quais eram as verdadeiras finanças".
Apesar de ter fundado a Alameda, o empresário do setor de criptoativos disse que não estava no comando da empresa, e não "sabia exatamente o que estava acontecendo" ou o "tamanho da posição deles". SBF admitiu que isso foi "um grande erro".
"Acho que eu estava com medo, eu estava nervoso por causa do conflito de interesses por estar muito envolvido. E, obviamente, isso não deveria significar que eu não teria uma supervisão real, ou que eles não deveriam nomear alguém para ser responsável por essa supervisão, esse relacionamento. Mas eu não estava administrando a Alameda", ressaltou.
Bankman-Fried informou ainda que a subsidiária da FTX nos Estados Unidos, a FTX.US, está "totalmente solvente", o que permitiria que seus clientes recuperassem fundos atualmente congelados. Já o braço internacional da corretora de criptoativos, envolvido com a Alameda Research, estaria insolvente.
"Eu era o CEO da FTX e isso significa que, para com todas as nossas partes interessadas, para com nossos clientes, nossos credores, eu tinha um dever para com nossos funcionários, para nossos investidores e para os reguladores do mundo", comentou o SBF.
O empresário disse ainda que "claramente, cometi muitos erros ou coisas que daria qualquer coisa para poder fazer de novo. Eu nunca tentei cometer fraude com ninguém. Eu estava animado com as perspectivas do FTX há um mês. Eu via isso como um negócio em crescimento. Fiquei chocado com o que aconteceu este mês".
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