SEC aprovou pedidos para lançamento de ETFs de ether (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 23 de julho de 2024 às 17h44.
O mercado dos Estados Unidos ganhou nesta terça-feira, 23, os primeiros ETFs de Ethereum da história, lançados após a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC. A expectativa, agora, é que esses fundos negociados em bolsa ajudem a atrair mais investidores e capital para a criptomoeda, a segunda maior do mundo.
Ao todo, a SEC liberou o lançamento de ETFs de preço à vista do ativo por oito gestoras, sendo que a gestora Grayscale lançou um outro ETF junto com o seu principal, chegando a um total de nove fundos. Já no Brasil, investidores contam com essa opção de investimento desde 2021, com os ETFs de cripto constantemente figurando na lista dos mais rentáveis do mercado brasileiro.
Os ETFs de Ethereum são fundos negociados em bolsas de valores que buscam acompanhar as variações de preço do ativo. Na prática, eles funcionam como uma opção de investimento na criptomoeda, mas sem precisar adquiri-la diretamente. Em geral, os ETFs são populares entre investidores de varejo, por serem uma forma de investir em uma cesta de ativos, diversificando o investimento.
No caso das criptomoedas, os ETFs também são vistos como uma opção mais atraente para investidores institucionais, de maior poder aquisitivo, por serem produtos regulados nos Estados Unidos. O país ainda não conta com uma regulamentação específica para o mercado de criptomoedas.
Cada ETF é lançado e administrado por uma gestora. A gestora emite cotas de participação no fundo, que são negociadas nas bolsas de valores e equivalentes às ações de uma empresa.
O papel da gestora é administrar o fundo e realizar as compras e vendas de ativos - no caso, o ether - para garantir o acompanhamento das variações, além de retirar do investidor a necessidade de fazer a custódia do ativo. Em troca, as gestoras cobram uma taxa anual dos investidores.
Ao todo, a SEC aprovou 8 pedidos de lançamento de ETFs de Ethereum nos Estados Unidos. Confira o nome de cada fundo e a gestora responsável:
Especialistas apontam que o lançamento dos ETFs de ether tem potencial para impulsionar a criptomoeda nos próximos meses, com potencial inclusive para novos recordes de preço. Entretanto, eles esperam que o impacto seja menor que no caso do bitcoin, que valorizou mais de 40% após o lançamento dos seus ETFs em janeiro deste ano.
No caso do ether, a expectativa é que os fundos atraiam menos investimentos. A gestora Wintermute avalia que, mesmo nesse cenário, a criptomoeda ainda poderia disparar mais de 20%. A projeção da Bloomberg é que os ETFs atraiam entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões em investimentos em um ano.
Ao mesmo tempo, o ether já teve uma forte valorização em maio, quando a SEC emitiu a primeira aprovação para os fundos. Por isso, a criptomoeda ainda pode demorar para ter grandes altas, já que uma parte desse evento positivo já foi precificado por investidores.
Altas no médio e longo prazo dependerão, ainda, do sucesso e adesão aos ETFs. Em um cenário de alta adesão, a demanda por ether subiria e, com uma oferta limitada, o preço valorizaria.
Os ETFs de Ethereum foram aprovados no Brasil pela CVM em 2021, anos antes da liberação nos Estados Unidos. Atualmente, a bolsa de valores brasileira, a B3, conta com dois ETFs exclusivos de ether. Diferentemente dos EUA, a CVM já autorizou o lançamento de fundos mistos, que podem estar expostos a diferentes criptomoedas.
Essa opção ganhou mais espaço entre investidores, o que também é comum para ETFs de outros segmentos. Em geral, a vantagem está na opção de formar uma cesta com investimento mais diversificado. Com isso, se um ativo desvaloriza, a alta de outros integrantes da cesta reduzem prejuízos. Já no caso de ETFs "puros", como do ether, não há essa opção.
Os ETFs de Ethereum no Brasil são oferecidos na B3 e também nos aplicativos de diversos bancos. Para investir, é necessário comprar cotas de participação no fundo.
O valor das cotas varia conforme a performance do próprio fundo, e elas podem ser vendidas como forma de realizar lucros em casos de valorização. Ao investir, é importante levar em conta as vantagens e desvantagens desse tipo de produto.
Entre os fatores, estão o valor da taxa anual cobrada, a tributação quando há realização do lucro, a confiabilidade da gestora responsável, o desempenho do fundo e facilidades como a exposição indireta e sem necessidade de realizar custódia, mas dependendo das decisões de compra e venda de ativos da gestora, dando menos autonomia ao investidor.