Repórter do Future of Money
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 17h54.
Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 18h35.
O bilionário Scott Bessent, escolhido por Donald Trump para ser o próximo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, pretende se desfazer de seus investimentos em bitcoin antes de assumir o cargo. De acordo com o jornal The New York Times, o objetivo é evitar possíveis acusações de conflito de interesse.
O movimento faria parte de uma série de vendas que Bessent pretende fazer englobando diferentes ativos. A estimativa mais recente é que o bilionário tenha um patrimônio de US$ 700 milhões em investimentos. No caso da criptomoeda, os investimentos foram feitos pelos ETFs lançados no ano passado.
Os documentos que Bessent precisou divulgar como parte da análise da sua indicação pelo Senado dos Estados Unidos indicam que o empresário tem entre US$ 250 mil e US$ 500 mil em investimentos no bitcoin. Ele não é obrigado a divulgar um valor exato dos investimentos.
Além dos investimentos na criptomoeda, o jornal indica que Bessent também pode ser acusado por conflitos de interesse devido a um empréstimo de mais de US$ 50 milhões com o Golman Sachs, por uma conta para negociação na moeda da China e por sua participação em um site conservador de notícias.
Em uma carta enviada ao Senado, Bessent prometeu que vai evitar "qualquer conflito de interesse verdadeiro ou aparente" caso ele seja confirmado como secretário do Departamento do Tesouro, cargo equivalente ao de Ministro da Fazenda no Brasil.
Bessent tem um longo histórico de atuação no mercado financeiro e é avaliado como um nome favorável às criptomoedas, em especial o bitcoin. Ele chegou a afirmar que as criptomoedas são sobre "liberdade" e que "a economia cripto veio para ficar".
Sobre o bitcoin, ele disse que "uma das coisas mais empolgantes é que ele atrai jovens e aqueles que nunca participaram dos mercados antes. Cultivar uma cultura de mercado nos EUA, onde as pessoas acreditam em um sistema que funciona para elas, é o cerne do Capitalismo".
O mercado espera que a possível adoção do bitcoin como um ativo de reserva estratégica nos Estados Unidos avance no próximo governo de Donald Trump. Nesse cenário, Bessent deve ser uma figura essencial em torno das discussões sobre o tema, mas com poucas chances de uma aprovação ainda em 2025.