Preço do bitcoin está em US$ 40.867 no momento (matejmo/Getty Images)
A pressão de venda continua no principal criptoativo, que cai aproximadamente 2,45% nessa segunda-feira, 11, e perde os US$45.000. A perspectiva regulatória teve uma melhora, mas não foi suficiente para o ânimo comprador. O aspecto técnico principal das últimas semanas foi a relação entre o preço do bitcoin e a sua média móvel de 200 períodos. O indicador foi citado inúmeras vezes nas nossas análises e recebeu uma atenção especial, mas a frustração do rompimento trouxe a ideia de que podemos ficar de lado por algumas semanas.
A Análise Técnica trabalha com algumas premissas e uma delas fala sobre a relação entre o esforço e resultado. Determinadas movimentações de preço demandam um determinado esforço pra acontecer, uma pressão que compradores exercem sobre os vendedores e vice-versa. Os players defendem as suas regiões de atuação, mas em um determinado momento se veem obrigados a desistir e abrir mão das suas convicções.
A compreensão dessa relação faz com que sempre que um movimento seja frustrado, podemos ter a expectativa de uma reação na direção oposta. O interessante é observar que quanto maior for a frustração (um esforço muito grande pra um resultado inesperado), mais forte tende a ser esse movimento contrário. A chamada “Lei de Esforço e Resultado” foi desenvolvida por Richard Wyckoff na década de 20 e recomendamos fortemente a sua leitura.
A leitura desta dinâmica de forças no bitcoin mostra que no gráfico diário temos um aumento de amplitude da lateralidade atual, por conta da frustração de rompimento da média móvel de 200 períodos, que levou a uma reação oposta, criando uma faixa de negociação com topo em US$48.200 e fundo em US$35.000. A ferramenta de Fibonacci continua nos nossos estudos, uma vez que determina quais são as resistências do movimento de queda entre os US$69.000 e US$32.933, mostrando aderência na retração dos US$46.710.
O cenário atual mostra continuação da lateralidade que citamos, com equilíbrio de preço dentro desses níveis. Seguimos acreditando que o contexto macro mostra que os investidores demandam um pouco mais de confirmação das medidas regulatórias, com necessidade de um prêmio de risco maior.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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