O Brasil é um dos destaques da indústria cripto na América Latina (iStockphoto/iStockphoto)
Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de julho de 2023 às 14h29.
Última atualização em 11 de julho de 2023 às 14h49.
Um relatório divulgado pela empresa de pesquisa K33 traçou um panorama detalhado sobre o momento e tamanho do ecossistema cripto, identificando empresas que compõem o mercado, o seu valor total atual e o número de empregos gerados graças às criptomoedas.
O levantamento afirma que o mercado de criptomoedas totaliza atualmente um market cap de US$ 1,2 trilhão, em linha com projeções de outras empresas de análise. A estimativa leva em conta apenas os valores dos ativos do mercado, considerando suas respectivas cotações e oferta total disponível.
Outro dado do relatório indica que, atualmente, a chamada "indústria cripto" é formada por cerca de 10 mil empresas espalhadas ao redor do mundo, com 190 mil funcionários e um valor total chegando a US$ 180 bilhões. A K33 também projeta que o mercado conta no momento com 420 milhões de usuários. O número de empregos é menor que o de 2021, quando foi estimado em 211 mil.
Segundo a K33, 62,4 mil empregos dessa indústria estão concentrados na área de corretoras de criptomoedas. As empresas de serviços financeiros com cripto somam 48,5 mil empregos, enquanto os protocolos de blockchain e empresas de análise e mineração somam 39,8 mil. O segmento com menos empregos é o de NFTs e jogos, totalizando 12 mil.
O relatório também destaca o caráter global desse mercado: "Várias das maiores empresas de cripto têm sede em jurisdições com regras favoráveis às criptomoedas e impostos mais baixos. Essas empresas geralmente empregam pessoas globalmente por meio de escritórios locais ou em um estrutura remota pura, com o atendimento da sede como uma solução conveniente para reduzir custos e atrito".
A empresa estima que a região da Ásia e Austrália soma o maior número de empregos gerados pela indústria cripto, 65,9 mil, seguida pela América do Norte (60,7 mil), Europa (44,2 mil), América do Sul (8,4 mil) e África (8,3 mil). Na visão da K33, a indústria cripto é "centrado nos Estados Unidos", já que muitas das maiores companhias surgiram no país.
Especificamente em relação ao Brasil, o relatório indica que o país tem o maior número de empregos gerados pela indústria cripto na região, 4,2 mil, à frente da Argentina e da Colômbia. Para a K33, o país possui "de longe a infraestrutura financeira mais avançada da região, o que fez com que bancos e fundos se aproximassem de cripto". Um dos exemplos citados é do BTG Pactual, que lançou uma stablecoin própria pareada ao dólar, o BTG Dol.
"Em geral, as empresas de cripto sul-americanas são mais fortemente inclinadas para a área de processamento de pagamentos, visando criar canais de pagamento mais eficientes para transações internacionais", aponta o estudo.
"A América do Sul e a África geralmente ficam atrás no emprego pela indústria de criptomoedas. Ao mesmo tempo, a indústria tem uma presença crescente em alguns países sul-americanos e africanos. Os continentes também são considerados por muitos como os mais maduros para adoção generalizada de cripto devido a uma relativa falta de acesso financeiro em comparação com América do Norte, Europa e Ásia", diz o relatório.
Ainda considerando a distribuição global do mercado cripto, o estudo da K33 estima que a Ásia é a região com mais donos de criptomoedas: 262 milhões. O segundo lugar é da América do Norte, com 54 milhões, seguida pela África (38 milhões), América do Sul (33 milhões) e Europa (31 milhões).
"Em conjunto com a crescente popularidade das criptomoedas, uma indústria especializada surgiu. Embora ainda pequena no panorama geral, o rápido crescimento e o potencial das criptomoedas tornam esta uma indústria para se monitorar daqui para a frente", ressalta o relatório.
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