(Banco Central/Divulgação/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 7 de abril de 2024 às 10h00.
Com o início da fase de testes do projeto piloto do Drex em meados deste ano, uma série de questionamentos começa a surgir sobre o funcionamento do Real Digital e a influência da CBDC na economia no país. Um dos principais receios é de que o papel-moeda acabe.
Por mais que a tecnologia esteja presente em diferentes operações no dia a dia, o brasileiro ainda utiliza, e muito, o dinheiro físico em diferentes circunstâncias.
Na pesquisa encomendada pela TecBan e publicada pelo Datafolha sobre a relação dos brasileiros conectados à internet com serviços financeiros, demonstrou-se que, para 34% das pessoas, a principal razão para o uso de caixas eletrônicos é o fato de elas receberem os salários em dinheiro e pagarem as contas por meio de depósitos. É uma parcela considerável da população que faz o dinheiro circular: desde o recebimento até as compras no comércio e o pagamento das contas.
Diante deste cenário, fica um pouco mais fácil de entender o porquê do receio. Mas, por mais compreensível que seja essa preocupação, é um mito.
O Drex será uma extensão das tradicionais cédulas, a única diferença é que será transacionado exclusivamente no ambiente digital. O cliente, seja pessoa física ou jurídica, poderá depositar a quantia que desejar em uma carteira virtual e ter convertida a moeda física em Drex, na taxa de R$ 1 para 1 Drex, sem sofrer qualquer alteração.
A integração entre físico e digital é tão evidente, que as próprias especulações por parte de uma parcela do mercado financeiro sobre a desintermediação dos bancos e a substituição de ações no mercado imobiliário também perdem força.
É preciso lembrar que todas as operações envolvendo o Drex continuarão sendo feitas entre bancos e instituições financeiras, assim como o fracionamento e a transferência de propriedade, práticas comuns no mercado, seguirão existindo e poderão ser transacionadas com a moeda no ambiente virtual.
Importante destacar que não se trata de uma criptomoeda, mesmo porque o Drex será regulamentado pelo Banco Central diferentemente das cybermoedas que não são emitidas por autoridades monetárias. E se me perguntarem qual é um dos maiores benefícios do Drex, eu digo com tranquilidade: a segurança.
Ela virá na esteira da tokenização, que nada mais é do que a conversão de ativo real em ativo digital. As transações passarão a ser realizadas por meio da programação, o que será possível com a intermediação de contratos inteligentes.
O que isso significa? Isso quer dizer que, com a emissão desses ativos, será possível fazer o pagamento de bens específicos e que essa transação com a moeda digital poderá ter prazo de validade. Quem for receber o pagamento via Drex poderá converter esse valor em papel-moeda quando bem quiser, fazendo uso do dinheiro quando desejar.
Como exemplos de “programabilidade” da CBDC brasileira podemos considerar o pagamento de benefícios trabalhistas e sociais, como o vale-transporte e os programas de transferência de renda.
Não há dúvida de que o trânsito entre o físico e digital será facilitado pelo Drex. Não só vai proporcionar acessibilidade, inclusão financeira, transformação, autonomia na gestão da economia e dos próprios investimentos, mas também tem um potencial imenso em reduzir a corrupção, já que a moeda digital funcionará na rede blockchain, sendo rastreada e impossível de ser hackeada.
*Luiz Lopes é Gerente de Plataformas Digitais na TecBan.
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