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Drex não deve ter mesmo sucesso do Pix e lançamento pode demorar 2 anos, diz coordenador

Responsável por liderar desenvolvimento da versão digital do real, Fabio Araujo reconheceu problemas em torno da privacidade de dados

Drex pode ser lançado em 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

Drex pode ser lançado em 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 2 de setembro de 2024 às 11h25.

O coordenador do desenvolvimento do Drex no Branco Central, Fabio Araujo, revelou durante uma participação no podcast Minsait Cast que a instituição não acredita que a versão digital terá o mesmo sucesso de adoção que o Pix, já que o próprio sistema de pagamentos instantâneos superou as expectativas do BC nos últimos anos.

"O Pix colocou realmente a barra lá em cima. Foi impressionante. Ninguém imaginava que teria tanto sucesso. Muitas pessoas me perguntam se o Drex alcançará o mesmo sucesso do Pix. Eu acredito que nada terá o mesmo sucesso do Pix, porque ninguém previu que ele seria tão bem-sucedido", comentou o executivo.

Por outro lado, Araujo destacou que a autarquia está "trabalhando para atingir a população e gerar confiança no uso do Drex, mas se conseguirmos alcançar o patamar do Pix, será uma grande surpresa".

Quando questionado sobre uma possível data para o lançamento do projeto, Araujo foi cauteloso e destacou que muitos avanços ainda precisam ocorrer e, desta forma, testes com a população devem ocorrer em até dois anos. Um dos principais problemas, comentou, ainda são as questões envolvendo privacidade.

Segundo ele, isso ocorre porque, no ambiente de ativos digitais, a privacidade é protegida por um conceito chamado pseudo-anonimato. No entanto, com algoritmos inteligentes e esforços adequados, é possível identificar os agentes envolvidos nas transações.

"Para resolver esse problema, estamos implementando a tecnologia de prova de conhecimento zero. Esta tecnologia, amplamente utilizada para aumentar a escalabilidade das operações, nos permitirá garantir que transações como a compra de um carro ou o financiamento de uma casa permaneçam privadas, conhecidas apenas pelas partes envolvidas", disse.

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Araujo reforçou que o Banco Central está atualmente em fase de aperfeiçoamento dessas soluções tecnológicas. "Quanto ao prazo, já enfrentamos alguns atrasos, mas esperamos que dentro de um a dois anos tudo esteja consolidado, permitindo que possamos introduzir essa tecnologia ao público de forma mais rápida", apontou.

Casos de uso do Drex

O executivo também apontou que os casos de uso do Drex vão muito além da tokenização de investimentos e que o Banco Central espera que ele possa gerar uma nova economia de dinheiro programável e inteligente.

"A gama de aplicações é enorme. Quando pensamos em automóveis e imóveis, é natural que o uso dessa tecnologia reduza o risco associado a essas transações. Por exemplo, ao comprar um automóvel usado, você pode ter dúvidas sobre o momento de fazer o pagamento e receber o documento, o que muitas vezes requer a contratação de um advogado para mediar a transação", explicou.

Ele também destacou que o Drex deve tornar o mercado de investimento mais atrativo que as criptomoedas: "O Drex pode simplificar muito as transações e gerar confiança na troca de ativos. Um exemplo interessante aqui no Brasil é a questão dos investimentos. Os relatórios da Anbima mostram que muitos brasileiros ou colocam dinheiro na poupança ou simplesmente não poupam".

"Outras alternativas, como o mercado de capitais, não são tão populares quanto as apostas, que é uma opção muito mais acessível e popular, apesar de ser menos vantajosa. Com a tecnologia do Drex, será possível comprar títulos públicos federais de maneira simples, mais fácil do que realizar uma aplicação em uma aposta ou em criptomoedas. Isso tornará investimentos seguros mais acessíveis à população", projetou.

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