Drex pode ser lançado em 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 23 de agosto de 2024 às 11h16.
O Banco Central já recebeu mais de 40 propostas de casos de uso para a segunda fase de testes do piloto do Drex, segundo revelou na última quarta-feira, 21, Wallace Jagiello, diretor técnico da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), durante o evento Conecta ABBC.
Os casos de uso foram enviados pelas empresas integrantes dos 11 consórcios que participam da primeira fase do piloto do Drex, que ainda não"acabou" oficialmente, já que o BC ainda não divulgou o relatório oficial com a análise das soluções de privacidade testadas.
Segundo Jagiello, o BC ainda não estipulou quantos casos de uso serão selecionados. No entanto, a autarquia já declarou que vai abrir a segunda fase para que outras empresas que não integram os consórcios atuais possam também encaminhar casos de uso, sugerindo que o número de propostas ainda deve aumentar.
Durante o evento, Andre Carneiro, CEO da BBChain, destacou que a quantidade de caso de uso, pode, inclusive acelerar o processo de adoção do Drex, já que muitos casos de uso podem ser "grandes disrupções", mas de implementação simples.
"Para aqueles que ainda pensam no Drex como algo para 2025 ou 2026, é hora de refletir. Dependendo dos casos aprovados, um deles pode já estar em andamento. O impacto não será apenas no futuro. A partir do momento em que um caso é aprovado, ele pode ter um impacto direto no seu negócio, afetando até mesmo sua receita", disse.
Fábio Lacerda, sócio da KPMG Consultoria, destacou que o projeto não é apenas uma iniciativa isolada ou um "capricho" do Banco Central. “Ele é muito mais a leitura que o Banco Central faz sobre a evolução desse processo de digitalização da economia e, principalmente, de eletronização dos meios de pagamento”, explica.
Para ele, o sucesso do Pix foi um marco na transformação dos pagamentos no Brasil, mas o Drex surge em resposta a um movimento mais amplo: a tokenização da economia.
A tokenização, como descrita por Lacerda, representa a criação de uma representação digital de ativos, sejam eles financeiros, de pagamento, ou até títulos de propriedade e commodities. Esse processo busca aumentar a eficiência das transações, permitindo que ativos sejam negociados de forma mais ágil e acessível.
“A partir do momento em que faço essa representação digital, a transferência desse token permite a transferência de propriedade, direitos e obrigações de forma mais eficiente”, complementa o executivo.