O presidente dos EUA, Donald Trump, assina o documento que nomeia Chris Rocheleau como novo administrador adjunto da Administração Federal de Aviação (FAA) no Salão Oval da Casa Branca em 30 de janeiro de 2025 em Washington, DC. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP) (ROBERTO SCHMIDT/AFP)
Redação Exame
Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 10h00.
"Trump sabe fazer dinheiro". Quem me falou isso foi minha irmã, isso era dia 18 de janeiro, um dia depois do Trump ter lançado a sua “meme” coin, que bateu todos os recordes de velocidade em valorização e trouxe a mesa alguns questionamentos sobre interesse financeiro vs poder.
Explicando um pouco mais, dia 17 de janeiro foi marcado pelo lançamento do token que representava o poder, ou melhor, o apoio ao então presidente dos Estados Unidos — ele empossou a Casa Branca dia 20.
Esse token ganhou extrema volatilidade nas primeiras 48h de seu lançamento chegando a bater 14 bilhões de valor de marcado, incrível, mas a troco de quê?
Apesar de sua valorização inicial explosiva, esse token parece ter um objetivo mais voltado para especulação do que para um uso real que beneficie a sociedade. O lançamento foi fortemente impulsionado por marketing e associação com a imagem de Donald Trump, o que gerou uma febre de compra, especialmente entre apoiadores e especuladores de curto prazo.
No universo cripto essas são chamadas carinhosamente de “shitcoins”, que basicamente não tem uso nenhum, muito semelhante com outras febres como o Dogecoin ou a Shiba Inu. A não ser que você esteja envolvido no projeto, pois a administração do token embolsou uma boa bolada.
Considerando o volume de taxas de negociação (quase US$ 100 milhões em poucas semanas), o token parece ter servido para gerar receita rápida para seus criadores e para quem entrou muito cedo no projeto. O uso no nome Trump nas vésperas da posse ajudou no burburinho e ocasionou o conhecido fenômeno pump-and-dump, que é quando a moeda sobe explosivamente e quem se beneficia são os investidores iniciais, que, podem ou não ter informações privilegiadas, e após muita mídia, novos investidores entram no mercado no que conhecemos entendemos como fim do movimento de alta, onde o que entraram mais cedo começam a realizar seus lucros, então impulsionando o preço para baixo.
Existe toda uma discussão ética por trás dessa história de token chamado Trump. Há um uso indevido do nome do presidente, pois ele nega participação direta, embora divulgou esse “apoio” em suas redes sociais. Seus seguidores mais leais acabam investido em um produto financeiro puramente na emoção, sem sequer ter conhecimento dos riscos do mercado de criptomoedas.
Embora o mercado cripto ainda opere em um ambiente regulatório mais flexível em muitos países, práticas que visam manipular o preço de um ativo podem ser consideradas ilegais em diversas jurisdições. Se for comprovado que houve uma coordenação intencional para inflar o valor do token e depois vendê-lo em massa (dump), os responsáveis podem enfrentar sanções legais.
Dependendo da jurisdição, um token como o TRUMP pode ser considerado um valor mobiliário (security). Se for o caso, ele deveria estar registrado em órgãos reguladores, como a SEC (nos EUA). A falta de registro e o não cumprimento das normas de divulgação podem resultar em investigações e penalidades legais para os envolvidos.
Trump promete regular as criptomoedas junto a SEC, e se isso acontecer, esse tipo de prática com claros sinais de inconsistência ética serão levados em consideração, e provavelmente punidos.
*Gabriel Fauth é operador de mercados futuros há 7 anos e é um dos contribuidores de análises e avaliações de mercado na comunidade do TradingView. O TradingView é uma ferramenta de gráficos para execução e análise do mercado, além da maior rede social para investidores e Traders.
Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Não perca tempo nem fique para trás: abra sua conta na Mynt e invista com o apoio de especialistas do BTG Pactual e a curadoria dos melhores criptoativos para você investir.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube | Telegram | Tik Tok