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Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 6 de julho de 2021 às 15h30.
Última atualização em 7 de julho de 2021 às 12h16.
O mercado de criptomoedas está se tornando cada vez mais relevante no ecossistema de startups latino-americano: segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 6, duas das maiores startups da região atuam no setor. Bancos digitais e plataformas de negociações de imóveis também têm dois representantes cada na lista.
A pesquisa também mostra que o ecossistema de startups brasileiro é o mais relevante entre os países da América do Sul, América Central e Caribe. Além de ter o maior número de "unicórnios", como são chamadas as startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares, que já são pelo menos 17 no país, o Brasil tem sete das 10 startups mais valiosas da região.
De acordo com o levantamento, realizado pelo site The News, a lista de startups mais valiosas da América Latina é liderada pelo Nubank, que é avaliado em 30 bilhões de dólares (155 bilhões de reais) e tem ampla vantagem sobre a segunda colocada, a também brasileira QuintoAndar, cujo valor de mercado é de 4 bilhões de dólares (20,7 bilhões de reais), o mesmo da mexicana Kavak (4 bilhões de dólares).
Deopis, aparecem a colombiana Rappi (3,5 bilhões de dólares), a produtora brasileira de jogos para celular Wild Life (3 bilhões), a também brasileira Loft (2,9 bilhões), a corretora de criptoativos mexicana Bitso (2,2 bilhões), o brasileiro C6 Bank (2,1 bilhões), a corretora cripto brasileira Mercado Bitcoin (2,1 bilhões) e a plataforma brasileira de crédito Creditas (1,7 bilhão). As três startups estrangeiras que aparecem na lista - Kavak, Rappi e Bitso - já têm operações no Brasil.
Segundo dados do Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID), a América Latina tem pelo menos 28 unicórnios que, juntos, possuem mais de 245 mil funcionários. Em um cenário mais amplo, a região conta com mais de mil empresas que já receberam investimentos superiores a 1 milhão de dólares e, somadas, essas startups valem mais de 221 bilhões de dólares - mais de 1,1 trilhão de reais.
Entre as empresas do setor de criptoativos na lista das 10 mais valiosas, a exchange Mercado Bitcoin é o unicórnio mais recente: ganhou o status na semana passada, quando recebeu aporte de 200 milhões de dólares do Softbank, jogando a avaliação da empresa para mais de 2 bilhões de dólares.
A corretora pertence ao Grupo 2TM, que além da corretora tem empresas como o MeuBank, a Blockchain Academy, entre outras. O Mercado Bitcoin foi por muitos anos a maior exchange de criptoativos do país, mas hoje enfrenta forte concorrência de empresas como a chinesa Binance e a própria Bitso, a maior da América Latina e que desembarcou no Brasil em 2021, pouco antes de receber aporte de 250 milhões de dólares.
A presença de empresas de criptomoedas na lista acompanha o crescimento acelerado deste mercado nos últimos 12 meses. A alta de preços das principais criptomoedas, como bitcoin e ether, o aumento no número de investidores e o maior interesse pelo setor levam consigo as empresas ligadas a esse mercado.
A grande participação de investidores brasileiros no mercado de criptoativos, movimentando cifras bilionárias todos os meses e aparecendo entre aqueles que mais lucram com esse tipo de negociação no mundo, torna o cenário ainda mais favorável para as empresas lligadas ao setor.