Sede do JPMorgan (Mike Segar/File Photo/Reuters)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 10 de março de 2021 às 10h24.
Documentos enviados pelo JPMorgan à SEC mostram que o maior banco de investimentos dos Estados Unidos pretende lançar um produto que garanta aos seus clientes exposição ao mercado de criptoativos, com uma carteira de ações de empresas do setor.
A cesta investe em papéis de empresas como a MicroStrategy, que possui mais de 4 bilhões de dólares em bitcoin; na Square, do CEO do Twitter, Jack Dorsey, que também comprou centenas de milhões de dólares da criptomoeda e oferece negociações de criptoativos no seu Cash App; na mineradora Riot Blockchain; no PayPal, que faz negociação e permite compras com criptoativos; e na NVIDIA, que fabrica equipamentos usados para mineração; entre outras.
As empresas de cesta "operam negócios que acreditamos estar, direta ou indiretamente, relacionados a criptomoedas ou outros ativos digitais, incluindo como resultado de participações de bitcoin, produtos de tecnologia de criptomoedas, produtos de mineração de criptomoedas, pagamentos digitais ou negociação de bitcoin", disse o JPMorgan nos documentos enviados ao órgão regulador.
A carteira "não fornece exposição direta a criptomoedas e o desempenho da cesta não pode ser correlacionado com o preço de qualquer criptomoeda em particular, como o bitcoin", explica o banco. Apesar de não estar diretamente relacionada ao preço dos ativos digitais, é bastante claro que o crescimento do mercado e as oscilações de preço dos criptoativos têm influência na performance das empresas e, por consequência, também da cesta de ações.
De acordo com a documentação enviada à SEC, o banco pretende lançar a cesta de ações ligadas ao mercado de criptoativos ainda em março de 2021.
A estruturação de um produto ligado ao mercado de criptoativos indica que clientes de Wall Street estão de fato interessados no mercado de criptoativos, fato que vem sendo observado com o aumento no número de grandes investidores e de investidores institucionais no mercado cripto, que também foi comprovado em pesquisa do Goldman Sachs, que mostra que grande parte dos clientes do banco já possuem exposição aos criptoativos.