(Trevor Williams/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 12h46.
Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 13h04.
Criadora do Hashdex Digital Assets Index (HDAI), primeiro índice de criptoativos distribuído pela Nasdaq, a gestora brasileira Hashdex, que comercializa outros quatro fundos de investimento em criptoativos no Brasil, divulgou uma carta para seus investidores recomendando cautela com o atual movimento de alta do mercado.
Após o bitcoin dobrar de valor em menos de um mês e somar mais de 500% de alta nos últimos 12 meses, a gestora notou um crescimento substancial de aportes e novos cotistas em seus produtos — o número de cotistas cresceu quase 25% desde o final de dezembro. Por causa disso, a gestora decidiu enviar um comunicado aos investidores lembrando dos riscos deste mercado e reforçando sua confiança nos ativos digitais.
"A fenomenal escalada dos criptoativos e, notadamente, do bitcoin, (...) deixa todos com a sensação de que deveriam ter investido mais, independentemente da parcela do capital já alocada na classe. Nessas horas, é importante ter em mente que, apesar de apresentar uma rentabilidade histórica fora de série, a classe dos criptoativos é muito mais volátil que qualquer outra. A queda de mais de 15% do Bitcoin em 24 horas poucos dias atrás foi um lembrete disso", diz um trecho da carta.
O texto, então, cita dois princípios que a gestora afirma "repetir quase como um mantra": o primeiro se refere ao tamanho da alocação em criptoativos, indicando que o percentual em relação ao portólio total seja de "apenas um dígito" (menor do que 10%) e de um tamanho que "mesmo em um cenário adverso, o investidor se sinta confortável em mantê-lo".
O segundo princípio fala sobre as perspectivas de investimento. Segundo a Hashdex, "por mais que sejam tentadoras as oportunidade de buscar lucros rápidos nos momentos em que o mercado sobe tão aceleradamente, acertar o timing é extremamente difícil", e recomenda que os investimentos em criptoativos sejam feitos visando o longo prazo, "com horizontes de tempo de anos".
A gestora finaliza seu comunicado afirmando "seguir extremamente confiante com o mercado de criptoativos no longo prazo" e que "a tecnologia blockchain irá mudar o mundo para melhor", reforçando que os criptoativos "devem fazer parte de praticamente qualquer carteira de investimentos".
A preocupação da gestora é compreensível, dada a volatilidade que o mercado de criptoativos ainda apresenta e a entrada de investidores com pouco conhecimento sobre o assunto, o que pode levar muita gente à momentos de pânico caso o movimento de alta se reverta em um cenário de queda no curto prazo.
Em 2020, a Hashdex experimentou grande crescimento, quando seus fundos captaram 483 milhões de reais até a primeira metade de dezembro (valor que inclui o HDAI) , um aumento que representa 1.145% em relação ao ano anterior. O número de cotistas também cresceu vertiginosamente, passando de 318 em dezembro de 2019 para quase 16 mil em dezembro de 2020. Em 2021, o número já passa de 20 mil cotistas, um crescimento de cerca de 25%.
Nesta sexta-feira (8), o movimento altista do bitcoin continua, com o ativo digital registrando uma nova máxima histórica, perto de 42 mil dólares no mercado internacional e 227 mil reais nas exchanges brasileiras. No momento da publicação deste texto, o principal ativo digital do mundo está cotado em 40.500 dólares nas exchanges de fora do país e 222 mil reais no Brasil.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.