Dinheiro e tendências

Empresa compra imóvel virtual de jogo em blockchain por R$ 5 milhões

Negociação mais cara da história do Decentraland, jogo em blockchain que utilizar criptomoedas e NFTs, tem imóvel negociado a mais de 900 mil dólares

 (Decentraland/Divulgação)

(Decentraland/Divulgação)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 18 de junho de 2021 às 12h31.

Última atualização em 18 de junho de 2021 às 12h33.

Comprar um imóvel por 5 milhões de reais é um sonho para poucos. Agora imagine gastar isso em um imóvel digital, que existe apenas no metaverso - um universo virtual, que tenta replicar a realidade em um ambiente exclusivamente digital. Foi o que fez a Republic Realm, empresa dos EUA que investiu quase 1 milhão de dólares para comprar uma propriedade no Decentraland, espécie de jogo baseado em blockchain e que usa criptomoedas e NFTs nas negociações.

Compradora do imóvel virtual, a empresa nova-iorquina se define em seu site oficial como uma espécie de "fundo de investimentos de terrenos virtuais". Foi a própria empresa que anunciou ter sido a responsável pela negociação: "A Republic Realm acaba de fechar a aquisição mais cara da história do Decentraland! Não podemos esperar para anunciar nossos grandes planos para esse terreno. Nosso comprometimento em construir e desenvolver o metaverso está mais forte do que nunca", publicou a empresa, no Twitter.

A operação custou 1,3 milhão de MANA, a criptomoeda oficial da plataforma, o que, na cotação atual, equivale a cerca de 910 mil dólares. Outros imóveis digitais do jogo já foram negociados por valores maiores em MANA, mas a criptomoeda valia menos e, em dólar, os valores foram inferiores. O recorde anterior era do protocolo em blockchain Boson Protocol, que comprou um terreno por cerca de 700 mil dólares em 28 de maio.

No Decentraland, que ganhou popularidade com o crescimento do mercado de tokens não-funíveis (NFTs) no último ano, os usuários podem comprar, vender e construir imóveis em um ambiente fictício, totalmente digital. Também é possível obter bens e serviços para os imóveis adquiridos. O objetivo é criar um universo virtual e desenvolver uma economia alternativa baseada em blockchain.

O jogo lembra o antigo "Second Life", com a diferença de ser totalmente descentralizado - ao invés de ser mantido por uma empresa ou pessoa responsável pelo jogo, são os próprios usuários que fazem isso. As regras e as políticas são definidas em votações pelos participantes. Além dos imóveis, os usuários também podem ganhar (ou perder) dinheiro negociando itens como roupas, obras de arte e diversos outros ativos presentes na plataforma, tudo no formato de NFTs.

Os jogadores também podem criar aplicativos, cenários 3D, e uma série de outras interações com o Decentraland, abrindo a possibilidade que o jogo se torne uma espécie de rede social e que atraia o interesse de empresas em fazer publicidade no metaverso.

De acordo com dados do site NonFungible, o Decentraland registrou 79 negociações de propriedades do jogo na última semana, entre imóveis, terrenos virtuais e outros ativos, ultrapassando a marca de 1,35 milhão de dólares movimentados - uma média de 17.300 dólares (quase 90 mil reais) por negociação.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o seu funcionamento. Confira.

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedasImóveis

Mais de Dinheiro e tendências