(Lauren DeCicca/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 09h38.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 17h09.
Depois que a Tesla anunciou ter comprado 1,5 bilhão de dólares em bitcoin, levando a criptomoeda para uma alta de quase 20%, mais uma gigante pode seguir pelo mesmo caminho. Segundo relatório do RBC Capital Markets, a Apple pode ser a próxima a entrar no mercado cripto.
Em nota aos clientes do banco de investimentos que é parte do grupo Royal Bank of Canada, o analista Mitch Steves afirma que a gigante da tecnologia poderia ver suas ações subirem 25% caso decida investir no mercado de criptoativos.
"Se a empresa decidir entrar no mercado de negociação de criptoativos, acreditamos que ela ganharia participação de mercado imediatamente e promoveria grandes mudanças na indústria", disse o analista do RBC, acrescentando que isso poderia ajudar os EUA a se tornarem líderes no mercado de criptoativos pelas próximas duas décadas.
Para o analista, existe uma "clara oportunidade" para a Apple começar a oferecer serviços de compra e venda de bitcoin e outros criptoativos. Segundo ele, a Apple já possui um aplicativo para isso — o Wallet — e, com ele, poderia oferecer um ambiente seguro e eficiente que já é utilizado por milhões de pessoas.
Além disso, o analista ainda afirma que, caso a Apple adicione as criptomoedas ao app que funciona como uma carteira digital, isso reduziria os riscos legais do mercado de criptoativos em termos de regulamentação: "Se a maioria dos criptoativos (seja o bitcoin ou outros ativos digitais) estiverem nos EUA, não faria sentido, na nossa visão, proibi-los", diz o relatório.
O mercado de criptoativos pode ser uma fonte de receita considerável para a empresa. A Square, dona do CashApp, por exemplo, anunciou lucro de 1,6 bilhão de dólares no último trimestre de 2020, apenas com a receita das negociações de criptomoedas de seus 30 milhões de usuários. A Apple, com 1,5 bilhão de usuários, poderia ganhar 40 bilhões de dólares por ano caso passasse a oferecer esse tipo de negociação no seu app Wallet, segundo o RBC.
Maior empresa do mundo por capitalização de mercado e avaliada em quase 2,3 trilhões de dólares, a Apple tem avançado lentamente quando o assunto são os criptoativos. Em 2014, a empresa chegou a banir apps ligados a este mercado, mas deopis reverteu a decisão. Atualmente, a empresa ainda proíbe que seu cartão de crédito Apple Card seja utilizado para compra de ativos digitais.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.