Demanda por uma capacidade computacional maior representa custos maiores para mineradores de bitcoin (Getty/Getty Images)
A dificuldade na realização da chamada mineração do bitcoin, a forma de obter a criptomoeda, atingiu nesta segunda-feira, 24, o maior valor da história, mesmo em um cenário de pouca variação do criptoativo, que alterna entre os US$ 18 mil e os US$ 20 mil nas últimas semanas.
De acordo com dados da plataforma BTC.com, a dificuldade da rede atingiu o valor de 36,835 trilhões de hases (T). O número atualizado a cada duas semanas em média, e iniciou uma sequência de recordes no mês de outubro após recuar na última semana de setembro.
O recorde representa um cenário em que os mineradores de bitcoin precisam usar uma capacidade computacional maior para resolver os complexos problemas matemáticos envolvidos no processo de mineração, a partir de um mecanismo chamado de prova de trabalho (proof-of-work, em inglês).
Nele, os mineradores competem entre si para ser o primeiro a resolver um determinado problema matemático como forma de validar transações feitas no blockchain da criptomoeda. Como recompensa pelo serviço, os mineradores recebem uma determinada quantia de bitcoin, que então passa a circular no mercado.
A demanda por uma capacidade computacional maior representa, entretanto, custos maiores para esses mineradores, assim como um gasto energético maior para a realização do processo.
Também em outubro, o poder computacional das máquinas usadas para minerar bitcoin, a chamada hash rate, teve um novo recorde. Em um estudo divulgado em 27 de setembro, pela Universidade de Cambridge, pesquisadores afirmam que a alta na hash rate ocorre devido à migração para equipamentos mais eficientes.
Atualmente, o lucro dos mineradores com a atividade está distante do maior valor já registrado, de pouco mais de US$ 70 milhões por dia em outubro de 2021. No início deste mês, o lucro total estava em torno de US$ 19,05 milhões diários.
O risco para os mineradores é que, com os custos para a atividade em alta e a cotação da criptomoeda mais estável, a atividade acabe deixando de dar lucro. Um estudo aponta que a cotação mínima que o bitcoin precisa ter para que a mineração seja lucrativa está em alta, rondando os US$ 17 mil. Atualmente, o criptoativo é cotado a US$ 19.357.
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