(Getty Images/Getty Images)
CO-CEO da Lumx
Publicado em 7 de outubro de 2023 às 11h00.
Eu sou o Caio da Lumx e hoje vou abordar uma evolução notável na maneira como percebemos e gerenciamos nossa identidade digital. Durante anos, o gerenciamento, armazenamento e até mesmo a monetização de nossos dados pessoais foram dominados por entidades centralizadas. Contudo, uma transformação significativa está em andamento: a ascensão da Identidade Soberana.
Hoje, a perspectiva de ter o controle de sua identidade digital sem depender de corporações ou governos é não apenas plausível, mas é também uma realidade emergente graças à Identidade Soberana ou Self-Sovereign Identity (SSI).
Relembrando a evolução da identidade na web, o início da internet foi marcado por múltiplas contas e senhas para cada site visitado. Com o tempo, evoluímos para uma fase associada, onde contas em plataformas como Facebook ou Google servem como chaves universais de acesso. Agora, a tendência clara é o movimento rumo à descentralização, onde o indivíduo retoma o controle e autonomia sobre seus próprios dados.
Apesar da associação comum de blockchain somente a criptomoedas, é essa tecnologia que sustenta a descentralização. Funcionando como uma base de dados distribuída, o blockchain garante que os registros sejam consistentemente armazenados de forma segura, agindo como o alicerce da Identidade Soberana.
Por meio dela, surgem os Identificadores Descentralizados (DIDs), que possibilitam a autenticação dos indivíduos sem a necessidade de intermediários.
DIDs vão além de serem meros códigos ou números; são a afirmação da sua independência no ambiente digital. Suas características incluem:
• Descentralização: Operam independentemente de autoridades centrais;
• Persistência: Após sua criação, permanecem exclusivamente seus;
• Resolução: Concedem informações sobre o detentor sem excessos;
• Verificabilidade: A combinação de criptografia e blockchain confirma sua autenticidade sem a intervenção de terceiros.
No universo da SSI, distinguimos três agentes: o titular (você), o emissor (entidades que emitem suas credenciais, como instituições acadêmicas) e o verificador (entidades que confirmam sua identidade e validam suas credenciais, como potenciais empregadores). Este conjunto de interações estabelece e reafirma sua identidade digital soberana, garantindo que você tenha a autonomia de escolher quem tem acesso às suas informações.
Para ilustrar melhor esse conceito, pense na seguinte situação:
Imagine que você é um estudante que acabou de se formar, está com seu diploma em mãos e busca um emprego. No cenário da SSI:
Você (Titular): Detentor do diploma, querendo provar sua qualificação. Você possui uma carteira digital representada por um Identificador Descentralizado (DID).
Emissor (Exemplo: Universidade): Sua universidade, que ao reconhecer sua conclusão do curso, emite um diploma digital verificável associado a seu DID, que você, então, guarda em sua carteira digital. Esse diploma é uma credencial.
Verificador (Exemplo: Empresa Contratante): Uma empresa onde você está se candidatando a um emprego. Para comprovar sua formação, você apresenta seu diploma digital através de sua carteira digital. A empresa, então, verifica a autenticidade desse diploma através da criptografia que comprova a associação do diploma com o emissor, sem precisar entrar em contato direto com a universidade.
Este exemplo prático ilustra como as interações entre titular, emissor e verificador garantem a validade da sua identidade digital, dando a você a liberdade de controlar quem vê suas informações, otimizando o processo e reforçando a segurança entre as partes.
A implementação da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) com base em blockchain no Brasil é um avanço notável na direção das Identidades Soberanas que discutimos anteriormente. Este movimento não apenas reforça a segurança e a imutabilidade das identidades digitais, tornando-as quase à prova de falsificações, mas também posiciona o Brasil na vanguarda de uma tendência global.
Cada vez mais, o objetivo é empoderar os indivíduos com controle total sobre suas identidades. Embora atualmente a CIN e os Identificadores Descentralizados ainda não sejam amplamente aceitos como validadores em diversos locais e entidades, a expectativa é de que, no futuro, sua utilização seja normalizada e integrada em diferentes sistemas e plataformas.
A combinação do blockchain com os Identificadores Descentralizados têm o potencial de revolucionar a forma como a identidade é verificada, tornando o processo mais ágil, seguro e centrado no indivíduo, alinhando-se perfeitamente com os princípios da Identidade Soberana.
Nossas identidades tradicionais estão cheias de vulnerabilidades. Desde credenciais falsificadas até a exposição desnecessária de informações pessoais, os problemas são abundantes.
A identidade soberana representa mais do que uma simples abordagem técnica; ela simboliza uma mudança na forma como percebemos e controlamos nossa presença digital. À medida que a digitalização se intensifica, torna-se indispensável familiarizarmo-nos com essa nova estrutura, valorizando e protegendo o que é fundamentalmente nosso: a nossa identidade.
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