Novas ferramentas de Inteligência Artificial já se tornaram essenciais para potencializar os resultados de marketing (Getty Images/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 19 de maio de 2024 às 11h00.
Com o surgimento da internet e da Web 1.0 (1990-2004), que possibilitava a busca e a consulta de informações e, posteriormente, com a ascensão da Web 2.0 (2004 - atualmente), tornou-se viável não apenas consumir, mas também compartilhar dados, criar comunidades e interagir de maneira mais dinâmica na rede.
No entanto, esse tipo de conteúdo e as redes criadas tornaram-se dependentes das plataformas em que foram desenvolvidas e, em alguns casos, a posse era cedida para as empresas que as gerenciavam. A Web 3.0 (ou Web3 - 2014 até os dias de hoje) busca romper esse esquema e refere-se a internet como propriedade dos desenvolvedores e usuários finais, coordenada pelo uso de criptoativos, parafraseando Chris Dixon.
A descentralização destaca-se entre as principais características da Web3, visando restaurar para cada indivíduo o controle sobre suas informações e a capacidade de transferir esses conteúdos e conexões para qualquer plataforma, enquanto mantém o domínio sobre seus dados (incluindo aqueles de natureza privada e confidencial).
O propósito dessas alterações é evitar situações como a que ocorreu em 2010 com a Cambridge Analytica, na qual os dados de cerca de 87 milhões de pessoas foram comercializados para fins lucrativos.
A Web3 oferece novas possibilidades devido à descentralização, com destaque para:
• Maior privacidade: A possibilidade de bloquear os cookies ou eliminar os rastros digitais, assim como ter menos rastreadores. Além disso, também facilita a entrada em redes sociais ou a diferentes contas, através de uma única identidade e senha, gerenciadas por uma wallet, como a lançada pela Bitso, recentemente.
Isto também tornará a navegação mais segura. No entanto, para aqueles que não querem bloquear sua identidade, será possível monetizá-la e receber dinheiro pelo seu histórico de navegação, cookies e até por visualização de publicidade ou conteúdo.
• Democratização e acessibilidade: O mundo cripto tem impulsionado uma nova inclusão financeira, na qual qualquer pessoa pode acessar serviços financeiros digitais, de forma simples e a baixo custo, já que só se requer o acesso à internet.
A Web3 impulsiona essas possibilidades que, atualmente, já estão sendo utilizadas em diversos países como alternativa aos sistemas bancários locais. Sendo alavancados com o uso de stablecoins, protegem o patrimônio das pessoas contra a inflação e a desvalorização da moeda.
• Proliferação das DeFi: As finanças descentralizadas (DeFi) têm permitido a construção de um novo sistema financeiro. Nele, é possível investir e gerar rendimento sobre uma grande quantidade de criptoativos, solicitar empréstimos, enviar dinheiro, efetuar pagamentos transfronteiriços e realizar diversas transações.
Essas operações são gerenciadas por contratos inteligentes, nos quais as transferências não dependem da aprovação de uma instituição financeira. Ao invés disso, são executadas por programas de computador que detectam o cumprimento das condições estabelecidas.
Isso resulta em uma maior agilidade e na capacidade de reduzir, significativamente, as barreiras de entrada para realizar transações, sejam elas geográficas, de capital, histórico de crédito, entre outros.
• Uso das dApps: As aplicações descentralizadas (dApps) desempenham um papel fundamental no ecossistema da Web3, permitindo transações diretas entre usuários por meio de contratos inteligentes. Um exemplo é a Aave, que, atualmente, conta com uma capitalização de mercado de 1,3 milhões de dólares.
Essa aplicação viabiliza realizar investimentos, solicitar empréstimos ou cobrar e obter rendimentos de criptomoedas. Além disso, facilita pagamentos automáticos por meio de contratos inteligentes. A Lido, MakerDAO e Yearn Finance são outros exemplos de dApps que permitem operações financeiras.
Esses aplicativos substituem, de maneira mais eficiente e econômica, alguns serviços que eram oferecidos, exclusivamente, por bancos.
• Integração no metaverso: O caminho para o metaverso trará experiências mais imersivas. Um exemplo do que esta Nova Era propõe é a possibilidade de internautas poderem comprar itens digitais ou avatares que não serão usados apenas em uma plataforma ou jogo específico, mas que poderão ser expostos em qualquer lugar do universo eletrônico.
À medida que as interações sociais evoluem e se deslocam para ecossistemas virtuais, como videogames, galerias de arte ou mundos virtuais interativos, a necessidade das pessoas em serem proprietárias de seus ativos aumentará, exponencialmente.
• Carteiras na Web3: Esta nova fase no uso da internet também requer ferramentas como as wallets, que permitem guardar criptomoedas, tokens e NFTs de maneira, completamente, autogerida, mas que também funcionam como uma espécie de identificação eletrônica e armazenam as chaves necessárias.
Além disso, a possibilidade de ganhar ativos navegando na rede, oferecida pela Web3, exige uma carteira digital que ajude a enviar e receber fundos, tornando-as uma peça chave desta Nova Era.
A Web3 busca oferecer uma experiência na internet profundamente integrada, onde cada pessoa possua, verdadeiramente, seus dados e ativos digitais, e seja capaz até de tokenizar sua própria identidade. Ao complementar esse mundo com o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA), também simplificará a navegação, adaptando-se, individualmente, para oferecer funções específicas, através da aprendizagem automática.
A descentralização devolve às pessoas o controle da custódia de seus ativos, de suas informações e a oportunidade de se relacionarem sem entidades intermediárias, o que está abrindo caminho para novas formas de conexão e produtos digitais inovadores.
*José Luis Birlaín é Gerente de Produto na Bitso, corretora de criptomoedas.
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