NBA Top Shot é um dos líderes do mercado de NFTs esportivos, (NBA Top Shot/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 2 de dezembro de 2021 às 15h09.
O mercado de NFTs explodiu ao longo de 2021, movimentando bilhões de dólares em criptomoedas e desenvolvendo mercado que até pouco tempo atrás em desconhecidos - ou que simplesmente não existiam. Mas, de acordo com um relatório da Deloitte, isso é apenas o começo. E a empresa aposta em um setor específico do mercado de tokens não-fungíveis: os NFTs ligados ao esporte.
Para a companhia, NFTs relacionados a esportes vão movimentar mais de 2 bilhões de dólares (11,3 bilhões de reais) em 2022, o que representa praticamente o dobro do valor movimentado em 2021 até agora. A empresa afirma que os NFTs são uma possível fonte de receita para clubes e instituições esportivas, e também uma forma de engajar seus fãs.
"A temporada de 2021-2022 pode ser a primeira em que os NFTs começam a registrar uma marca importante do ponto de vista da receita. Se a experiência dos primeiros usuários se mostrar positiva, o mercado deve continuar a crescer e ser uma parte importante da digitalização, globalização e comercialização da experiência dos fãs", diz o texto publicado pelos especialistas da Deloitte.
O movimento de uso de NFTs por marcas e instituições ligadas ao esporte começou com o sucesso do NBA Top Sho, lançado no final de 2020. Em pouco tempo, a plataforma atraiu milhares de usuários e começou a movimentar milhões de dólares. Hoje, é um referência para o segmento.
Desde então, várias outras marcas famosas, como Fórmula 1, MotoGP, UFC, Uefa, Conmebol, MLB e NFL seguiram pelo mesmo caminho - seja com plataformas criadas pela Dapper Labs, desenvolvedora do NBA Top Shot, ou por concorrentes. No futebol, por exemplo, a Sorare e a Top Goal já têm grandes nomes como parceiros.
"Pode parecer ilógico que alguém pague por um NFT do mesmo videoclipe que qualquer pessoa no mundo poderia assistir gratuitamente. Mas é indiscutivelmente também irracional que um card impresso seja vendido por somas de sete dígitos quando o seu valor intrínseco é zero. O valor em cada caso é função da demanda e da escassez", explica o relatório.
Pete Giorgio, diretora da Deloitte nos EUA, falou sobre o assunto em entrevista à Sportico. Segundo ele, a gigante da consultoria projeta que, até o final de 2022, cerca de cinco milhões de novos fãs de esportes entrarão no mercado de criptoativos colecionáveis.
“De muitas maneiras, os NFTs são apenas o começo do que pode ser feito com as tecnologias de cripto e blockchain”, disse Giorgio. “À medida que as organizações começam a adotar essas tecnologias, o que mais elas fizerem com elas será muito interessante”.
Giorgio também falou sobre como a indústria do esporte vai se adaptar à internet do futuro. “Acho que as organizações esportivas são, na verdade, algumas das organizações mais adaptáveis que existem”, afirmou Giorgio. “Assim que a indústria entender o tamanho da oportunidade, acho que veremos movimentos rápidos de adoção... Quando começarmos a ver o pêndulo balançar, será de tirar o fôlego a rapidez com que o setor mudar de rumo”.
A Deloitte tem demonstrado grande interesse pelo setor de criptoativos e blockchain. No início de novembro, anunciou parceria com a Ava Labs, criadora do blockchain Avalanche, para desenvolver uma plataforma de contabilidade para governos e instituições públicas. A Deloitte também já publicou diversas pesquisas sobre o mercado cripto.
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