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Crise na Coreia do Sul faz criptomoedas despencarem no país; bitcoin chega a US$ 62 mil

Tentativa do presidente do país de declarar lei marcial derrubou a moeda sul-coreana e criou diferença nos preços de criptomoedas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 12h20.

Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 12h42.

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A crise política na Coreia do Sul após o presidente do país, Yoon Suk Yeol, tentar instaurar uma lei marcial também afetou o mercado de criptomoedas. O preço dos ativos nas corretoras sul-coreanas despencaram, criando uma diferença de cotação com relação ao resto do mundo. O bitcoin, por exemplo, chegou a ter uma diferença de preço de mais de US$ 30 mil.

A distância entre os preços desses ativos começou logo após o presidente do país anunciar que estava declarando lei marcial. A diferença diminuiu horas depois, após a Assembleia Legislativa rejeitar a declaração e Yoon anunciar que estava desistindo do plano.

Mesmo assim, o desconto chegou a níveis significativos. O bitcoin chegou a valer 88 mil wons no auge da discrepância, cerca de US$ 62 mil, apesar de estar na casa dos US$ 95 mil nos últimos dias. Antes da declaração de lei marcial, ele estava na casa dos US$ 93 mil, em linha com o mercado internacional.

Outra criptomoeda que teve uma forte diferença de preço foi o XRP. A cotação do ativo está acima dos US$ 2,50 no mercado internacional, mas chegou a cair 52% na Coreia do Sul até a casa dos US$ 1,13, criando uma diferença ainda maior que o caso do bitcoin.

Com o alívio das tensões políticas no país, as duas criptomoedas conseguiram recuperar os preços, mas ainda seguem com uma leve discrepância. O bitcoin está na casa dos US$ 88 mil em corretoras sul-coreanas, enquanto O XRP está em US$ 2,37.

De acordo com a empresa Bitwise, a divergência nos preços refletiu um problema de liquidez nas corretoras de criptomoedas. Nesse caso, os investidores fizeram os volumes de negociação nas exchanges dispararem, aumentando a liquidez de forma brusca, assim como a oferta de ativos, e gerando a desvalorização.

O caso também chamou a atenção porque, historicamente, as criptomoedas possuem cotações maiores na Coreia do Sul do que no resto do mundo. A diferença, conhecida como "Kimchi Premium", existe há alguns anos e envolve uma dificuldade de realizar transferências de criptoativos no país, além de uma taxa adicional cobrada no mercado.

A tendência é que, com um retorno da estabilidade política na Coreia do Sul, os preços voltem ao padrão de mercado, podendo inclusive resultar nas tradicionais diferenças de preço. Enquanto isso, investidores do país podem ter se aproveitado do cenário para comprar os ativos a preços significativamente mais baixos, com alta lucratividade.

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