(Sergey Shulgin/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 9 de junho de 2021 às 13h27.
Última atualização em 11 de junho de 2021 às 08h11.
A QR Capital anunciou nesta quarta-feira, 9, a primeira emissão de cotas do QBTC11, o primeiro ETF de bitcoin negociado na bolsa de valores brasileira. A oferta é coordenada por BTG Pactual, Easyinvest, Órama, Vitreo, Modal Mais e Inter e o fundo será listado na B3 no final do mês.
O fundo de índice com 100% de exposição ao bitcoin, o primeiro do gênero na América Latina, é oferecido pela QR Asset Management, gestora do grupo QR Capital, e usa o "CME CF Bitcoin Reference Rate" como referência. É o mesmo índice utilizado no mercado de contratos futuros de bitcoin da Chicago Mercantile Exchange (CME), a maior bolsa de derivativos do mundo.
O QBTC11 é uma alternativa para investidores brasileiros que não são considerados "qualificados" pela CVM e desejam expor todo o seu capital em bitcoin sem a necessidade de fazer a custódia do ativo. Antes do lançamento do ETF, apenas os investidores "qualificados" - aqueles certificados pela autarquia ou com mais de 1 milhão de reais em investimentos - poderiam investir em fundos que alocam 100% do patrimônio em bitcoin. Por determinação da CVM, investidores "comuns" só podem fazer aportes em fundos que alocam no máximo 20% do patrimônio em ativos no exterior.
"O QBTC11 permite a investidores se protegerem do risco cambial se expondo a um ativo dolarizado e altamente líquido - o bitcoin, maior de todas as criptomoedas, tem volume de movimentação diário superior a R$100 bilhões, ou cerca de 4 vezes o volume da própria B3. Além disso, por ser uma inovação no mercado, a moeda digital tem baixa correlação com outras classes de ativos, o que auxilia na diversificação da carteira de investimentos", disse a QR, em nota.
Antes do QBTC11, a bolsa de valores brasileira já tinha listado o HASH11, primeiro ETF de criptoativos do país, oferecido pela gestora Hashdex. No entanto, diferentemente do QBTC11, que investe apenas em bitcoin, o HASH11 investe em uma cesta de criptoativos, que inclui o bitcoin, mas também outros ativos digitais como ether, chainlink, bitcoin cash, entre outros.
Corretoras e agentes autorizados têm até a próxima sexta-feira para aderir ao produto, que será listado na B3 e estará disponível para quaisquer investidores brasileiros a partir do próximo dia 23.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.