(Yuichiro Chino/Getty Images)
Em painel durante o quarto dia da Crypto Week, o maior evento online sobre criptoativos do mundo, Axel Blikstad, sócio do BLP Asset, uma gestora que criou um dos primeiros fundos de criptomoedas do país, comentou sobre os principais desafios das gestoras de investimentos que lidam com esse tipo de ativos, afirmando que "o risco de não ter criptomoedas em seu portfolio é maior do que o de ter".
Durante o painel "Os desafios da indústria de fundos no universo dos criptoativos", que foi conduzido por Nicholas Sacchi, especialista em criptoativos do BTG Pactual, Axel contou um pouco mais sobre a história do fundo de criptoativos da BLP, explicando seu modelo inicial e elogiando o posicionamento da entidades regulatórias em relação à essa classe de ativos.
"No início, éramos um fundo long only (apenas comprado), que era o que a CVM permitia em 2017... Inicialmente, lançamos o fundo apenas para investidores profissionais, pois eles têm uma noção maior dos riscos do que o investidor de varejo. Além disso, fundos exclusivos para investidores profissionais podem aplicar até 100% em cotas do exterior, o que não é permitido para o público geral... Quando fomos conversar com a CVM sobre o lançamento do fundo, ficamos muito surpresos com o conhecimento que eles tinham sobre esse ecossistema... O Brasil está muito avançado em sua regulação e tem sido muito favorável com esse novo mundo", disse Axel.
No decorrer do painel, Axel foi questionado sobre uma possível diminuição da correlação do bitcoin com outros criptoativos ao longo do tempo. Para o sócio do BLP, a tendência é que o bitcoin perca sua relevância nos próximos anos por conta de novas tecnologias que estão surgindo dentro desse ecossistema, afirmando que o bitcoin têm tido a pior performance dentro do fundo e que vale a pena ficar de olho em novos projetos.
"O bitcoin é hoje, em termos de performance, nosso pior ativo no fundo, com sua dominância caindo ao longo do tempo devido à entrada de novos projetos no ecossistema... No mês de abril, por exemplo, o bitcoin caiu 9%, enquanto a performance do fundo alcançou 11%, devido ao aumento em outros ativos de nossa carteira... Vale a pena ficar de olho no que está acontecendo no mercado, para que seja possível pegar projetos promissores no começo a fim de conseguir uma taxa de performance maior"
No último bloco do debate, quando Nicholas Sacchi pontuou sobre o fato de poucos fundos de pensão terem uma alocação em criptoativos, Axel disse que no cenário atual, o risco de não ter uma posição no setor é maior do que o risco de ter, ressaltando a mudança de pensamento de grandes instituições financeiras sobre o tema.
"Hoje, o risco de não ter uma alocação mínima de 1% é maior do que ter. Afinal, quais são as opções para o investidor de longo prazo? Comprar um título que oferece uma taxa real ou nominal negativa e ações? Só? Não é mais viável ter um portfolio assim, as pessoas e os bancos estão mudando seu pensamento, se tornando favoráveis a essa classe de ativos e tentando ingressar nesse ecossistema", completou Axel Blikstad.
O painel completo da discussão entre Nicholas Sacchi e Axel Blikstad já está disponível gratuitamente na íntegra, no site oficial do evento para todos os inscritos.
Nesta sexta-feira, 30, o quinto e último dia do evento contará com painéis que irão abordar através da discussão de especialistas do setor o crescimento da criptoeconomia, security tokens e sua relevância no mercado, NFTs entre vários outros temas.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.