Criptoativos

Matthew Hougan diz que ETF de bitcoin dos EUA pode sair ainda em 2021

Em debate na CEO Conference, CIO da Bitwise, que é um dos maiores especialistas em ETFs do mundo, mostra otimismo sobre aprovação de fundo de bitcoin

 (24K-Production/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 25 de maio de 2021 às 17h53.

Em debate sobre criptoativos na CEO Conference, evento online realizado pelo banco BTG Pactual com grandes nomes do mercado financeiro, o CIO da Bitwise, Matthew Hougan, afirmou acreditar na aprovação de um ETF de bitcoin nos Estados Unidos ainda em 2021.

Hougan é pioneiro e um dos maiores especialistas em ETF no mundo. Antes da Bitwise, maior provedora de índices de criptoativos do mundo, ele ajudou a construir o primeiro sistema de análise de dados de ETFs do mundo, criou o primeiro site global especializado no assunto e o principal evento do setor.

Questionado por André Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual, sobre a expectativa para o aguardado ETF de criptoativos nos EUA, Hougan disse acreditar que isso está muito perto de acontecer: "Acho que estamos prontos, e deve acontecer logo. Ainda existem chances de ser neste ano, não descarto esta possibilidade, e realmente acho que estamos mais perto do que nunca. Tenho muita confiança que, se não acontecer agora, será no ano que vem".

O lançamento de um ETF de criptoativos nos EUA é muito aguardado pelos participantes desse mercado, já que pode atrair enorme fluxo de investidores, em especial os investidores institucionais, já que um ETF é um produto totalmente regulamentado, diferente do que acontece com o investimento direto em criptomoedas como o bitcoin, que ainda tem questões regulatórias a serem definidas.

Já foram feitas diversas solicitações de gestoras norte-americas à SEC - a "CVM dos EUA" - pela aprovação de um ETF de bitcoin no país, todas rejeitadas ou aguardando avaliação. Com o crescimento do mercado nos últimos anos e a profissionalização do setor, é cada vez mais provável que a aprovação da SEC aconteça, especialmente após outros países permitirem a negociação desse tipo de produto.

Apesar do otimismo, Hougan acredita que o país vai precisar de mais tempo para um ETF que permita alocação em diversas criptomoedas: "Infelizmente, não somos tão afortunados quanto vocês no Brasil. Aqui nos EUA, o primeiro ETF cripto vai ser apenas de bitcoin, que é maior e mais regulado", afirmou, fazendo referência ao ETF de criptoativos lançado no Brasil pela gestora Hashdex. "Inclusive, me preocupa a velocidade com que os EUA estão avançando nesse tema. Países como Suíça, Canadá e Brasil já estão muito mais avançados no entendimento sobre criptoativos", afirmou.

Sócio da gestora brasileira responsável pelo HASH11, Stefano Sergole, que também estava presente no debate, indicou que o ETF é realmente mais atraente para investidores institucionais, e citou que diversos grandes players já adotaram os criptoativos através do produto brasileiro, lançado há um mês com apoio dos bancos Genial, BTG Pactual, Itaú e Banco do Brasil.

"Em apenas um mês, o HASH11 já passou de R$1 bilhão em patrimônio e ocupa o posto de terceiro maior ETF da B3. Hoje, equivalente a 25% do tamanho do BOVA11, o maior do país, o que é um número muito significativo em tão pouco tempo", explicou. "É curioso, porque no início imaginávamos que seria algo mais para o varejo, mas a adoção por investidores institucionais foi surpreendente".

Stefano também falou sobre o que ele acredita ser um dos obstáculos a serem superados pelos participantes do mercado de criptoativos, em termos de entrada de novos investidores: a falta de conhecimento sobre o assunto. "Muitas mentes brilhantes do mercado financeiro vieram conversar comigo com dúvidas básicas sobre criptoativos, gente me perguntando 'como assim o bitcoin é uma rede?'. Isso foi muito legal, inclusive pelo interesse que essas pessoas demonstram em aprender".

Atualmente, é possível investir no setor de diversas formas, além da compra direta dos criptoativos em corretoras especializadas, as chamadas exchanges. Além do ETF, os brasileiros também podem investir através de fundos - o BTG Pactual e a própria Hashdex têm produtos do tipo -, comprando as moedas diretamente com outro investidor, através de transações ponto a ponto (peer-to-peer, ou P2P) e até comprando ações de empresas que investem seu patrimônio em criptoativos, como a Tesla, ou que atuam na área de cripto e blockchain, como a Coinbase ou a Marathon, entre muitas outras.

Apesar de atualmente operar em queda no consolidado semanal - os criptoativos viram o maior fluxo de vendas da história do setor na última semana - criptomoedas como o bitcoin e o ether continuam com enorme valorização em 2021 - o primeiro subiu 30% no ano e o segundo, quase 250%.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o seu funcionamento. Confira.

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