Sede do JPMorgan em Los Angeles (Robyn Beck/AFP)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 12h16.
O anúncio recente de que a seguradora Massachusetts Mutual Life vai investir 100 milhões de dólares em bitcoin, realizado na semana passada, mostra o potencial de entrada de dinheiro institucional no mercado de criptoativos para o futuro próximo. É isso que afirma o banco JPMorgan, em relatório divulgado pela Bloomberg nesta segunda-feira (14). Segundo o documento, caso isso de fato aconteça, cerca de 600 bilhões de dólares podem entrar no mercado de criptoativos.
Segundo estrategistas do banco como Nikolaos Panigirtzoglou, o investimento milionário da MassMutual no maior ativo digital do mundo mostra que o bitcoin está expandindo seu alcance para além dos investidores de varejo, chegando às seguradoras e fundos de pensão. Segundo o especialista, por enquanto ainda é improvável que os dois últimos façam grandes aportes, mas só o fato de se interessarem pelo mercado de criptoativos já é significativo.
"As compras pela MassMutual representam outro marco na adoção do bitcoin por investidores institucionais", disseram os especialistas do JPMorgan. "É possível ver a demanda potencial para os próximos anos, à medida que outras seguradoras e fundos de pensão sigam o exemplo do MassMutual".
De acordo com o JPMorgan, caso os fundos de pensão e as seguradoras de Estados Unidos, Europa e Japão alocassem apenas 1% dos seus ativos no bitcoin, o ativo digital receberia um aporte de cerca de 600 bilhões de dólares - o que praticamente triplicaria o market cap do bitcoin, hoje em 350 bilhões de dólares.
Por outro lado, o relatório do banco faz a ressalva de que esses investidores institucionais ainda enfrentam dificuldades relacionadas à regulamentação dos criptoativos, relacionadas principalmente à gestão de risco, o que pode limitar o volume de investimentos dessas companhias nos ativos digitais.
Defensores dos criptoativos afirmam que o bitcoin tem potencial para adoção em grandes portfólios por ser, possivelmente, uma forma de diversificar investimentos e se defender contra problemas como o enfraquecimento do dólares e o aumento da inflação — algo que, tradicionalmente, sempre foi o papel do ouro.