(Andriy Onufriyenko/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 12h31.
Última atualização em 4 de março de 2021 às 14h39.
No último final de semana, um investidor de criptoativos movimentou 19.600 bitcoins, avaliados em 940 milhões de dólares (ou cerca de 5 bilhões de reais), pagando menos de 40 dólares de taxa pela operação — ou cerca de 0,000004% do valor transferido. A transação, entre duas carteiras desconhecidas, levou menos de 7 minutos para ser completada.
Será que investir em criptomoedas é para você? Descubra no quiz exclusivo da EXAME!
Os dados foram divulgados pelo serviço de monitoramento de transferências em blockchain Whale Alert e foi possível devido ao fato dos dados que circulam na blockchain serem públicos. Como as carteiras usadas tanto para enviar, quanto para receber a transação são desconhecidas, os responsáveis pela operação seguem anônimos.
🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 🚨 19,600 #BTC (927,939,295 USD) transferred from unknown wallet to unknown wallet
— Whale Alert (@whale_alert) February 11, 2021
A privacidade, entretanto, não é absoluta na blockchain. Carteiras de exchanges são reconhecidas devido à sua estrutura diferenciada e, como essas empresas exigem identificação dos seus usuários, é possível vincular uma carteira à uma pessoa. Isso também pode acontecer quando alguém informa o endereço da sua carteira através de qualquer outro serviço terceirizado que exija identificação dos seus usuários.
Como a transferência bilionária não foi enviada para nenhuma exchange, o temor de que uma grande venda da criptomoeda estivesse para acontecer não aconteceu. Ao mesmo tempo, a operação mostra como o bitcoin pode ser eficiente para transacionar grandes valores em pouco tempo e com baixo custo.
O envio dos 19.600 bitcoins foi feito às 14h45 da quinta-feira, 11, e completado às 14h51 do mesmo dia, a um custo de 0,00083 BTC, ou cerca de 39,4 dólares (210 reais), o que é quase insignificante quando comparado ao valor bilionário que foi transferido.
A transferência de grandes valores é bastante comum na blockchain, não apenas do bitcoin mas de todos os principais criptoativos do mundo, como ether, USDT, XRP e dezenas de outros.
Em geral, quando os fundos são transferidos de carteiras anônimas para exchanges, grandes transferências são vistas pelo mercado como a possibilidade de grandes vendas e possível queda no preço do ativo. Quando fazem o caminho oposto, de exchanges para carteiras anônimas, são entendidas como investidores guardando seus criptoativos. No caso de transferências de uma carteira anônima para outra, é mais difícil avaliar o objetivo da transação, que pode estar ligada apenas à estratégia de custódia do seu proprietário.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.