(adventtr/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 24 de maio de 2021 às 12h42.
O bitcoin e outras moedas virtuais caíram no gosto de investidores e de muitos empresários. Com a elevada demanda, a mais famosa criptomoeda bateu recorde neste ano, ao atingir o patamar de US$ 60 mil. No entanto, o cerco às moedas virtuais, especialmente na China, e as preocupações ambientais levaram o bitcoin a quedas históricas logo depois.
Afinal, como funciona a chamada "mineração" das criptomoedas? Esse processo tem dois objetivos. O primeiro é gerar novos bitcoins e garantir sua justa distribuição. O segundo é confirmar transações na moeda e as registrar numa espécie de "livro de contabilidade virtual", representado pela tecnologia blockchain.
Veja abaixo como a mineração funciona:
A criação de novos bitcoins é obtida por meio de equações altamente complicadas resolvidas por supercomputadores em milésimos de segundo, ligados por uma rede paralela na internet.
De dez em dez minutos, novas equações matemáticas são propostas aos supercomputadores, que tentam decodificá-las. O primeiro que as resolver recebe um lote de 6,25 bitcoins.
A resposta das equações (conhecida como hash, ou prova de trabalho) serve para organizar as "entradas" do livro de contabilidade (blockchain), ordenando os blocos de transações de dinheiro digital e conferindo a eles uma característica única, que impede códigos maliciosos (malwares) de fraudarem a operação.
Com todos esses cuidados, o minerador garante a continuidade do processo de geração de bitcoins, e inclusive recebe taxas pagas pelos usuários ao validar uma mineração.
A mineração de criptomoedas acontece non-stop, 24 horas por dia. Por isso, consome altíssimo nível de energia, justamente pelo uso de supercomputadores, que exigem alimentação constante.
Segundo dados da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, anualmente, o gasto com a mineração virtual já está em 113 TeraWatts/hora (TW/h). Neste ano, os mineradores de bitcoin devem gastar cerca de 130 TW/h de energia elétrica ou 0,6% do consumo de energia elétrica no planeta.
O gasto de energia só aumenta porque, para correrem atrás de novos lotes de bitcoin, os mineradores se organizam em grupos, incrementando o poder computacional da busca, e dividem o resultado quando um deles obtém o lote da mineração primeiro.
De acordo com Cambridge, hoje, a maioria dos mineradores de bitcoin está na China (65%), mesmo com as recentes restrições à prática anunciada pelo governo de Pequim. E só 39% dos mineradores no mundo usam recursos de energia sustentável e renovável para o processo, de modo que isso vai contra os preceitos de uma economia verde.
Só no mês passado, a mineração de bitcoins faturou US$ 1,7 bilhão, ou US$ 56,7 milhões por dia, segundo o site da Bolsa eletrônica Nasdaq.