JPMorgan (NurPhoto/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 10h57.
Em nota divulgada na quinta-feira, 25, analistas do JPMorgan sugerem a alocação de parte da carteira de investimento em bitcoin, como forma de diversificação e proteção do portfólio.
Segundo os especialistas do banco, a recomendação é de apenas 1% do valor total de investimentos, para minimizar riscos de eventuais quedas no preço da criptomoeda. Por outro lado, o banco diz que a alocação em bitcoin serviria como proteção contra as oscilações de preço de ativos tradicionais como ações, commodities e outros títulos.
“Em um portfólio de múltiplos ativos, os investidores poderiam adicionar até 1% de sua alocação em criptomoedas, a fim de obter qualquer ganho de eficiência nos retornos ajustados ao risco geral do portfólio”, diz a nota do JPMorgan.
Os criptoativos podem ser relativamente novos e ainda bastante voláteis, mas, como não estão correlacionados com outros ativos, podem ser capazes de fornecer um bom hedge. Os ex-economistas do Federal Reserve, Roberto Perli e Benson Durham, da Cornerstone Macro LLC, fizeram cálculos e descobriram que a volatilidade das carteiras de ações pode ser reduzida com a adição de alguma quantidade de ativos digitais ao portfólio.
“Por meio da pressão insaciável dos compradores de emissores de fundos negociados em bolsa, fundos fechados e grandes empresas públicas, adicionando bitcoin às suas posições, a demanda está superando maciçamente a oferta”, disse Annabelle Huang, sócia do Amber Group, à Bloomberg.
Para o JPMorgan, entretanto, o bitcoin deve ser tratado como um veículo de investimento, não como uma moeda: “Os criptoativos são veículos de investimento e não moedas de financiamento. Portanto, ao procurar se proteger de um evento macro com uma moeda, recomendamos uma cobertura por meio de moedas como o iene ou o dólar".
A recomendação do JPMorgan, apesar de bastante conservadora, é uma importante chancela ao mercado de criptoativos, que até pouco tempo atrás era visto com desconfiança por quase todas as grandes instituições financeiras globais, que atualmente recomendam aportes nessa classe de ativos. O posicionamento do banco vem na sequência de grandes investidores como Paul Tudor Jones, Stan Druckenmiller, Ray Dalio, Elon Musk, entre outros que, desde o final de 2020, têm se posicionado a favor dos criptoativos.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.