Bitcoin (Thomas Trutschel/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 12h01.
Última atualização em 4 de março de 2021 às 11h20.
Nigel Green, CEO do deVere Group, empresa de consultoria de investimentos que gerencia um portfólio de mais de 10 bilhões de dólares, anunciou que vendeu metade dos seus bitcoins na alta recorde do Natal, quando o criptoativo chegou perto de 25 mil dólares. Segundo o executivo, o fez porque agora vai tratar o bitcoin "como qualquer outro investimento" e garantiu que ainda acredita no futuro do mercado cripto.
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"Vendi metade dos meus investimentos em bitcoin quando ele atingiu um recorde histórico. Por quê? Porque agora deve ser tratado como qualquer outro investimento — ou seja, sempre que possível, é melhor vender na alta e recomprar nas quedas", disse o Green, em uma publicação no site oficial da empresa.
"Os ganhos constantes no preço do bitcoin tornaram a moeda digital o ativo de melhor desempenho em 2020, com um aumento de mais de 200% [na verdade, o bitcoin fechou 2020 com alta de quase 350%]. Como tal, senti que era o momento certo para a realização de lucros", prosseguiu.
Nigel Green, entretanto, garante que ainda confia nos criptoativos e continuará investindo neste mercado: "Não deve haver mal entendido sobre minha decisão de vender. Não é devido à falta de crença no bitcoin ou no conceito de moedas digitais — é pegar os lucros agora para comprar mais depois. Na verdade, mais do que nunca, acredito que o futuro do dinheiro são as criptomoedas."
Quando o bitcoin conseguiu romper a barreira dos 20 mil dólares pela primeira vez, em 16 de dezembro, o CEO observou que, conforme algumas das maiores instituições do mundo — entre elas empresas multinacionais de pagamento e gigantes de Wall Street — "entram cada vez mais no mercado de criptoativos, trazem consigo sua enorme experiência e capital, o que, por sua vez, aumenta o interesse do investidor comum".
Além de explicar a alta do bitcoin pela entrada de dinheiro institucional no mercado, Green também citou as características do ativo digital que o tornam interessante e atraente aos investidores, como o fato de não ter fronteiras, o que o faz um ativo adequado para o mundo globalizado, o fato de ser totalmente digital, e dados demográficos que apontam para enorme interesse de gerações mais novas.
Sobre o futuro do preço do bitcoin, o CEO do deVere Grou explicou: "Como eu, muitos traders venderão nas máximas, porque são oportunidades de venda, e, portanto, podemos esperar alguma retração de preço no curto prazo. Mas a trajetória de longo prazo do bitcoin é, sem dúvidas, para cima".
Nigel pode embasar sua opinião também em uma pesquisa global, conduzida recentemente pelo próprio deVere Group, que indica que três quartos dos indivíduos com alto patrimônio líquido pretendem investir no mercado de criptoativos antes do final de 2022.
Apesar de ter vendido em uma alta recorde no Natal, o bitcoin continuou subindo desde então. No último dia de 2020, já estava cotado a 29 mil dólares e, nos primeiros dias de janeiro, chegou a passar de 34 mil dólares. No momento, o ativo digital é negociado no mercado internacional a 32 mil dólares — o que significa que Nigel Green poderia ter vendido seus investimentos com um lucro quase 40% maior.
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