ATM bitcoin (Coin Cloud / Divulgação/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 6 de novembro de 2020 às 14h50.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 17h35.
O Brasil terá, a partir desta sexta-feira (6), os primeiros caixas eletrônicos do país que permitem compra e venda de diferentes criptoativos. As primeiras máquinas serão disponibilizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A empresa responsável pelos equipamentos é a Coin Cloud, criada em 2014 nos Estados Unidos, onde possui mais de mil unidades em funcionamento. Segundo a companhia, os caixas eletrônicos permitirão a negociação de 29 tipos diferentes de criptoativos.
“O Brasil é o primeiro país que terá nossas máquinas fora dos Estados Unidos, onde operamos há seis anos e mantemos 1.010 máquinas em funcionamento, em diversos locais”, afirmou Chris McAlary, CEO da Coin Cloud, em comunicado. “Uma das motivações para levar a Coin Cloud para o Brasil é que os brasileiros têm grande interesse por criptomoedas. Uma pesquisa recente, publicada pela Forbes, coloca o país em segundo lugar em porcentagem de pessoas que possuem criptomoedas, atrás apenas da Turquia”.
O equipamento funciona de forma bastante semelhante aos caixas eletrônicos convencionais e apresenta todas as instruções na tela, em português. Para fazer uma compra, o usuário deve digitar o número do seu celular na máquina, que enviará um código de verificação por SMS. Então, basta digitar o código na máquina, escolher a criptomoeda desejada e inserir o dinheiro. O crédito em criptomoeda é feito instantaneamente na carteira digital do usuário. O valor mínimo para transação é de 10 reais para compra e 50 reais para venda.
Inicialmente, serão instaladas nove em São Paulo, nos bairros de Pinheiros, Jardins, Itaim Bibi, Brooklin e Vila Andrade, além de Alphaville e Sorocaba, ambas no interior paulista, e uma na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Segundo o site Coin ATM Radar, que monitora os caixas eletrônicos de criptomoedas em todo o mundo, atualmente existem 11.637 máquinas do tipo espalhadas pelo mundo, mas a maioria delas permite apenas a compra dos ativos, e não sua venda — as máquinas que permitem as duas operações são chamadas de bidirecionais.
Para McAlary, os equipamentos vão facilitar a difusão do mercado de criptoativos: “A maioria das pessoas opta por bitcoin, mas há 28 altcoins disponíveis em nossas máquinas”, disse.
O executivo também explicou que as máquinas possuem rígida política de segurança e prevenção contra fraudes: “Temos um forte KYC (conheça seu cliente) que permite, por exemplo, pausar uma transação e solicitar que o cliente ligue para o suporte em caso de atividade suspeita. Também exigimos mais informações, à medida que ele realiza transações vultosas com a Coin Cloud. Além disso, cada transação é monitorada por nossa equipe de compliance”.
Para transações de valores menores, entretanto, o processo é mais simples: “Para fazer transações de pequenas quantidades, é preciso apenas um número de telefone celular e o CPF. São as chamadas contas não verificadas. No caso de valores maiores, uma camada extra de proteção é adicionada e o sistema exige a abertura de uma conta verificada, que requer documento e foto. Isso permite que a máquina verifique a identidade do usuário antes da transação”.
A empresa também planeja uma rápida expansão no país, com objetivo de levar as máquinas para várias outras cidades. “Começamos em São Paulo e Rio de Janeiro, com planos de expandir a operação para Belo Horizonte, Brasília e Goiânia, além de outras cidades no Estado de São Paulo, nos próximos seis meses”, revelou Isabela Rossa, responsável pelo Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Coin Cloud.
Para realizar a compra de criptoativos nos novos caixas eletrônicos, é importante que o consumidor possua uma wallet (carteira de criptoativos) apta a receber os ativos desejados, pois é para este endereço que eles serão enviados pelo equipamento.