(Chesnot/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 10h51.
Última atualização em 6 de janeiro de 2021 às 11h36.
O movimento de alta do bitcoin continua. Na madrugada desta quarta-feira (6), o principal ativo digital do mundo registrou um novo recorde, chegando a ser negociado acima de 35.500 dólares nas exchanges internacionais. No Brasil, o preço do criptoativo superou os 185 mil reais pela primeira vez.
A alta do bitcoin começou no início de 2020, quando passou de 7 mil para 9 mil dólares ainda no primeiro trimestre do ano — movimento interrompido pelo "crash" de março, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciar a pandemia do novo coronavírus, quando o ativo caiu de 9 mil para perto de 4 mil dólares. A recuperação foi relativamente rápida e, no final de setembro, já negociado a 10 mil dólares, começou o movimento de alta que levou às sucessivas quebras de recorde de preço dos últimos meses.
Segundo analistas, o movimento é explicado pelo enorme fluxo de dinheiro institucional no mercado de criptoativos — empresas, fundos de hedge, fundos de pensão, seguradoras e outros grandes investidores fazendo aportes no ativo.
A relevância da entrada de investidores institucionais no mercado se dá porque, além de investirem quantidades de dinheiro incomparavelmente maiores do que os investidores comuns — o que diminui a oferta do ativo e faz com que os preços aumentem —, esses investidores fazem aportes com vistas no longo prazo, o que os impede de vender seus ativos em pequenas quedas. Os investidores de varejo, por outro lado, podem, em alguns casos, se preocupar com oscilações de preço e liquidar suas posições em movimentos de queda, promovendo um efeito "bola de neve" que empurra os preços para baixo.
“A tendência do bitcoin no longo prazo sempre foi de alta, desde a sua criação. Os estímulos financeiros devido à pandemia, a escassez da moeda por conceito e a entrada dos investimentos institucionais tem acelerado este processo subida. O bitcoin como uma reserva de valor anti-inflacionária tem se provado para estes grandes investidores”, disse Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit
Apenas em 2020, fundos como One River, MassMutual, Guggenheim Partners, Grayscale, BlackRock, a empresa de software MicroStrategy, entre vários outros grandes investidores institucionais, compraram — ou anunciaram que pretendem comprar — bilhões de dólares em bitcoin. Além disso, instituições como JPMorgan, Morgan Stanley, Citigroup, que sempre fizeram muitas ressalvas aos criptoativos, agora fazem análises otimistas em relação aos mesmos. Para completar, grandes investidores como Paul Tudor Jones, Stanley Druckenmiller, entre outros, também se já anunciaram a compra ou a recomendação de compra de bitcoin.
Apesar disso, analistas e especialistas em criptoativos também fazem algumas ressalvas com relação à alta acelerada de preços em um curto espaço de tempo, como tem acontecido com o bitcoin, o que pode provocar correções significativas no curto prazo: "Aos investidores de varejo, é importante se ater a possíveis euforias. Eu gosto de acompanhar o índice "Mayan Multiple", que mede a relação do preço do bitcoin com sua média móvel dos últimos 200 dias. Esse índice atualmente está em 2,48, um pouco acima do histórico, mostrando que podemos estar em um terreno um pouco infértil", comentou o CEO do Alter, Vinicius Frias.
Depois de atingir sua nova máxima em 35.550 dólares, o preço do bitcoin sofreu leve retração, e agora briga na faixa entre 34.500 e 35 mil dólares no mercado internacional. Nas exchanges brasileiras, o ativo é negociado na faixa de 184 mil reais.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.