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O bitcoin pode ser considerado mesmo o “ouro digital”?

Hoje o bitcoin é visto por muitas pessoas como uma versão digital e aprimorada do ouro; descubra se a comparação com a criptomoeda faz sentido

 (Future of Money/Divulgação)

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O bitcoin pode realmente se tornar o “ouro digital”? Sim. Em primeiro lugar, não dá para falsificar e nem criar ouro em laboratório: as mineradoras precisam extrair o minério de jazidas. Por ser um metal extremamente durável e escasso, ao longo dos séculos, o ouro se tornou uma espécie de reserva de valor global e, assim como foi com o metal, por compartilharem características semelhantes em relação à escassez e durabilidade, o criptoativo tem sido considerado por muitos investidores uma alternativa ao ouro em um ambiente digital.

Além de ser um metal durável, foi essa escassez que fez do ouro o que ele é hoje e, assim como o metal nobre, o bitcoin precisa também precisa ser minerado e é extremamente escasso.

Porque o Bitcoin é escasso?

O bitcoin é o primeiro ativo a replicar o conceito de escassez em um ambiente totalmente digital. Assim como nos metais preciosos, o bitcoin possui um limite a ser “garimpado” de 21 milhões de unidades. Mais do que isso, o código do protocolo estabelece um limite máximo de bitcoins que podem ser extraídos do sistema por dia, ou seja, a oferta do criptoativo está cravada em pedra, ou melhor, em código.

Quanto mais bitcoins forem extraídos, mais difícil fica de se extrair novas unidades. Isso ocorre porque a emissão diária do criptoativo cai pela metade a cada quatro anos em média, devido a um evento denominado halving. Essa queda pela metade simula a escassez de um recurso natural pouco abundante na Terra. A estimativa é que todos os bitcoins sejam minerados até o ano de 2141. Depois disso, mais nenhum bitcoin poderá ser gerado.

O criptoativo também é comparado ao ouro enquanto reserva de valor e é visto como um meio estratégico para a proteção do patrimônio contra as altas nos preços da economia. Isso acontece porque seus preços são movidos por fatores de risco e retorno diferentes dos mercados tradicionais e por conta de sua escassez programada.

Mais do que isso, o bitcoin se mostra um ativo superior em vários aspectos. Guardar o ouro com segurança não é tão simples e ainda é caro. Já com o bitcoin, o armazenamento do ativo pode ser feito em um aplicativo no seu celular ou numa carteira física, que é extremamente parecida com um pendrive.

Outro ponto é que, com o bitcoin, ainda é possível transacionar valores em qualquer parte do mundo, já que é tudo feito em um ambiente digital. Em contrapartida, o ouro possui uma mobilidade reduzida por conta de suas limitações físicas. Ou seja, além do bitcoin ser superior em termos de escassez, ele também é pode ser facilmente verificável, transferido e transportado.

Vale destacar que o importante não é se o bitcoin substituirá o ouro enquanto reserva de valor. A realidade é que as duas alternativas podem existir e ganhar espaço com o tempo, mas acreditamos que a velocidade de crescimento da adoção do bitcoin deve ser maior, dado que o ouro já é um ativo estabelecido há milênios.

O bitcoin apresenta elementos de preservação de valor no tempo tão boas quanto, senão melhores que o ouro. Agora, nos resta acompanhar a evolução do ativo para garantir que, assim como o ouro, ele se provará como uma reserva de valor no tempo. A comparação entre os ativos é muito comum e já foi discutida até no mercado financeiro tradicional. Como exemplo disso, a Kinea, uma gestora com dezenas de bilhões em ativos sob gestão, publicou uma análise na última semana sobre as semelhanças e diferenças entre o bitcoin e o ouro.

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