BITCOIN: criptomoeda é uma bolha envelopada em tecnomisticismo / Dado Ruvic | Illustration | Reuters (Divulgação/Divulgação)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 12h33.
Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 14h26.
O bitcoin (BTC) subiu quase 8% na quarta-feira (21), depois do anúncio de que o PayPal integrará criptomoedas em sua rede, mas para a analista técnica Katie Stockton, da Fairlead Strategies, isso pode ser apenas o começo de um movimento altista.
"O preço do bitcoin ganhou um impulso de curto prazo depois de testar com sucesso o suporte psicológico chave dos 10.000 dólares, em setembro", disse, em relatório. Stockton também afirma que a resistência em 14.000 dólares pode ser usada como próximo alvo para o ativo, mas isso só deve acontecer nos próximos meses:
"É muito provável que o bitcoin atinja 14.000 dólares nos próximos meses, porque essa tendência de alta é apoiada por um impulso positivo de longo prazo e há espaço para sobrecompra com base no padrão estocástico semanal".
O preço de 14.000 dólares foi marcado como resistência também no final de 2017, quando o bitcoin atingiu sua máxima histórica, perto de 20.000 dólares em dezembro. As resistências seguintes seriam em 16.000 dólares e, depois, 19.700 - próximo ao maior preço já registrado para o ativo.
Após algumas semanas sendo negociado na faixa dos 11.000 dólares, o bitcoin finalmente superou os 12.000 dólares na última quarta-feira, chegando a bater acima de 13.000 dólares durante a noite. No momento, após pequena correção, o principal criptoativo do mercado é negociado a 12.900 dólares.
Segundo dados históricos do Yahoo Finance, o bitcoin acumula alta de 78% em 2020 (tomando como base o valor do ativo em dólares americanos), o que o coloca como um dos ativos com melhor resultado do ano.
Importante lembrar que em 2020 o bitcoin passou pelo seu terceiro halving - evento que reduz sua emissão e também a recompensa dos mineradores pela metade.
Isso acontece porque existe um limite para a emissão de novos bitcoins - ao contrário das moedas fiduciárias, que podem ser impressas por governos conforme suas vontades, o bitcoin é escasso. Só poderão existir 21 milhões de unidades de bitcoin em circulação, e o halving serve para garantir que esse número não seja atingido em um espaço curto de tempo.
A escassez do bitcoin é um dos principais fatores que o torna atrativo. É como acontece com o ouro, cujo valor também está diretamente ligado ao fato de que em algum momento não será mais possível extraí-lo.
O halving do bitcoin acontece a cada quatro anos. Nas duas outras vezes que isso aconteceu, em 2012 e 2016, a cotação da criptomoeda subiu consideravelmente cerca de um ano após o evento.