(Benoit Tessier/Reuters)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 6 de julho de 2021 às 17h20.
Um tribunal federal da cidade de Toledo, no estado norte-americano de Ohio, leiloou na última semana cerca de 500 bitcoins apreendidos em 2019, em operação que rendeu mais de 16 milhões de dólares de lucro para as autoridades do país.
Há dois anos, Mark Alex Simon se declarou culpado pelas acusações de venda de documentos falsos e conspiração para lavagem de dinheiro. Ele pagou cerca de 2,9 milhões de dólares em bitcoin ao governo em maio de 2019, como parte do acordo judicial com o Departamento de Justiça - que também incluiu uma pena de 24 meses de prisão.
À época, o bitcoin era cotado a menos de 7 mil dólares, valor quase seis vezes inferior aos atuais 34 mil dólares. Assim, com a demora para a realização do leilão dos bens confiscados, o bitcoin se valorizou e deu às autoridades dos EUA um lucro milionário.
Segundo o jornal local Toledo Blade, os bitcoins foram vendidos na última quinta-feira, 1, a um comprador não identificado, pelo total de 19,2 milhões de dólares, dando às autoridades um lucro de quase 570% com as criptomoedas apreendidas.
Não é a primeira vez que criptomoedas apreendidas vão a leilão nos EUA - ao contrário, isso tem se tornado relativamente comum no país. Um dos casos mais famosos foi a venda, em 2014, de 30 mil bitcoins apreendidos no fechamento do site da deep web Silk Road. O comprador foi o empresário Tim Draper que, devido ao investimento, é presença constante nas listas de investidores bilionários do mercado de criptoativos.
Leilões de criptomoedas apreendidas em operações policiais ou processos judiciais também já foram leiloados por autoridades de diversos países, como Austrália, França e Coreia do Sul.