Investidores brasileiros de criptoativos possuem, em média, 28 anos e são principalmente das classes A e B (SOPA Images/Getty Images)
O número de investidores pessoa física no Brasil que investem em criptoativos superou o número de CPFs cadastrados na B3, a bolsa de valores brasileira, de acordo com um levantamento da empresa Accenture divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Segundo os dados coletados pela empresa, o setor possuía um valor de mercado de US$ 900 bilhões (R$ 4,8 trilhões, na cotação atual) até julho de 2022, com R$ 270 milhões desse total detidos por brasileiros. O número representa 3% do produto interno bruto (PIB) do Brasil.
A estimativa dos 6 milhões de investidores em criptoativos representa aproximadamente 3% da população brasileira. Ao mesmo tempo, a B3 possui cerca de 5 milhões de CPFs de investidores cadastrados.
O estudo indica ainda que a maior parte das movimentações mensais no setor por brasileiros é feita em corretoras de criptomoedas domiciliadas no Brasil, seguidas por movimentações entre investidores e pelo uso de exchanges no exterior.
O recorde movimentado até o momento foi no segundo trimestre de 2021, que chegou a R$ 62,4 milhões. Já no primeiro trimestre de 2022, o valor foi de R$ 37,5 milhões, 17% menos que os R$ 48,7 milhões dos últimos três meses do ano passado.
Ao mesmo tempo, a Accenture ressalta que houve um "crescimento expressivo e muito rápido do volume aplicado em fundos de criptoativos, com parcela significativa representada pelo público geral". Até abril de 2022, os fundos com investimentos indiretos ainda dominavam o mercado, responsáveis por 90% dos valores movimentados.
A pesquisa traçou também o perfil dos investidores brasileiros de criptomoedas. Eles possuem, em média, 28 anos, são principalmente das classes A e B e têm um valor médio investido de cerca de R$ 45 mil.
Já os investidores de ações possuem, em média, 38 anos, também se concentram nas classes A e B e têm um investimento médio de cerca de R$ 105 mil.
Como tendências para o mercado brasileiro de criptoativos, a Accenture espera uma "definição das condições de contorno regulatórias e formalização das exchanges para ativos digitais" e o "posicionamento de diversos players com o ambiente regulatório melhor definido".
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