Future of Money

Corretora falida Mt. Gox movimenta US$ 9 bilhões em bitcoins e gera apreensão no mercado

Unidades da criptomoeda serão usadas no programa de ressarcimento dos clientes da exchange, mas podem gerar aumento repentino de oferta do ativo

Mt. Gox declarou falência em 2014, quando liderava mercado de corretoras (Tomohiro Ohsumi / Bloomberg)

Mt. Gox declarou falência em 2014, quando liderava mercado de corretoras (Tomohiro Ohsumi / Bloomberg)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de maio de 2024 às 11h17.

A corretora falida de criptomoedas Mt. Gox movimentou nesta terça-feira, 28, cerca de US$ 9 bilhões (R$ 45 bilhões, na cotação atual) em unidades de bitcoin, como parte do seu plano de ressarcimento de clientes. O movimento, porém, gerou apreensão entre investidores pelo possível impacto no preço do ativo.

A Mt. Gox declarou falência em 2014 e, desde então, tem buscado estruturar um plano de ressarcimento dos clientes prejudicados. À época, a exchange era a maior do mercado de criptomoedas e pegou os investidores de surpresa com a sua quebra, reunindo bilhões em criptomoedas que ficaram bloqueadas na corretora.

O plano de ressarcimento ganhou tração nos últimos anos. Agora, a movimentação da empresa reuniu 140 mil unidades de bitcoin em uma única carteira digital, indicando que ela será usada para as transferências aos investidores. O objetivo da Mt. Gox é concluir os pagamentos até 31 de outubro deste ano.

Nobuaki Kobayashi, responsável por administrar a massa falida da corretora, afirmou que não houve venda de nenhuma unidade da criptomoeda após a transferência e que os ativos estão sendo "administrados de forma segura". A movimentação foi a primeira em mais de cinco anos feita pela exchange.

Apesar da transferência ser uma boa notícia para os clientes da Mt. Gox, o mercado reagiu de forma negativa, com o bitcoin operando em queda de mais de 1% nesta terça-feira. O motivo é a expectativa de que os pagamentos podem resultar em uma forte pressão de venda do ativo.

Atualmente, a exchange é uma das maiores detentoras da criptomoeda, e há o temor de que, após receber o ressarcimento, os clientes da empresa tenderiam a vender as unidades de bitcoin para realizarem lucro, aumentando repentinamente a oferta do ativo no mercado e levando à sua desvalorização.

Porém, para Alex Thorn, diretor de pesquisa da empresa de análise Galaxy, esse cenário pode não se concretizar. A tendência, na visão do executivo, é que a maior parte dos bitcoins transferidos pela Mt. Gox não sejam vendidos e fiquem armazenados pelos investidores, o que reduziria o impacto negativo no preço da criptomoeda.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Aave: como o maior banco descentralizado pode transformar o mercado financeiro

Drex: o que muda no dia a dia dos brasileiros com o real digital?

Sam Altman diz que criptomoedas podem ter "futuro brilhante" e elogia Worldcoin

Evento reúne BC, CVM e mercado para debater futuro da economia digital no Brasil