Worldcoin é um projeto desenvolvido por Sam Altman, CEO da OpenAI (Worldcoin/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 4 de março de 2024 às 11h55.
Última atualização em 5 de abril de 2024 às 14h27.
O Worldcoin se tornou alvo nesta segunda-feira, 4, de uma nova investigação sobre suas operações. Desta vez, a Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul decidiu abrir uma apuração sobre a forma como a iniciativa obtém e armazena dados no país. O projeto é coordenado por Alex Blania e Sam Altman, atual CEO da OpenAI, empresa dona do ChatGPT.
Em um comunicado, as autoridades sul-coreanas informaram que as investigações começaram na última quinta-feira, 29, após o recebimento de uma reclamação sobre "coleta e processamento de informações pessoais", com foco nos dados de íris, por parte do Worldcoin e outras iniciativas, que não foram nomeadas.
De acordo com as autoridades, o Worldcoin possui atualmente parceiros que estão coletando "informações de reconhecimento facial e de íris" em 10 locais na Coreia do Sul. A investigação terá como foco essas localidades, buscando entender como funciona a operação e o sistema de coleta de dados.
"A Comissão de Proteção de Informações Pessoais planeja conduzir investigações sobre a coleta e processamento geral de informações confidenciais e a transferência de informações pessoais para o exterior de acordo com a Lei de Proteção de Informações Pessoais e, se as violações forem confirmadas, tomar medidas de acordo com as leis e regulamentos relevantes", ressalta o comunicado.
Em 2023, a Comissão também multou a OpenAI em 3,6 milhões de wons, equivalente a R$ 10 mil considerando a cotação atual, após descobrir que dados pessoais de 687 cidadãos da Coreia do Sul foram vazados pelo ChatGPT. Apesar da conexão com Altman, a OpenAI não possui nenhuma ligação direta com o Worldcoin.
A abertura de investigações na Coreia do Sul ocorre pouco depois da mais recente disparada da WLD, criptomoeda nativa do Worldcoin, apoiada pelo interesse de investidores na OpenAI e em projetos de inteligência artificial.
A EXAME entrou em contato com a Tools for Humanity - empresa responsável pelo Wordlcoin - e solicitou um posicionamento sobre o tema. Esta reportagem será atualizada caso a empresa envie um comunicado.
O Worldcoin é um projeto que busca criar uma identidade digital global a partir do registro da íris das pessoas. A meta da iniciativa é ter esse registro biométrico de toda a população, ressaltando a escala mundial da iniciativa. Um dos focos do projeto é disseminar uma forma segura de "diferenciar humanos de inteligências artificias na internet".
O projeto consiste da World ID - uma identidade digital que busca "preservar a privacidade" - e, "onde a lei permitir", uma moeda digital - a criptomoeda WLD - que é "dada para uma pessoa simplesmente por ela ser um humano". Há, ainda, o World App, um aplicativo de carteira digital já disponível para o armazenamento do WLD.
A WLD é obtida a partir do registro da íris pelos Orbs, equipamentos próprios do projeto. Após o escaneamento, o registro da íris é apagado e convertido na World ID, um código que garante que a pessoa realmente é quem diz ser e é um humano.
A iniciativa anunciou parcerias com diversas empresas no fim de 2023, mas também tem enfrentado problemas e críticas por preocupações com a segurança dos dados dos usuários. Ela chegou a enviar alguns Orbs para o Brasil para cadastro de usuários, mas suspendeu as operações ainda no segundo semestre do ano passado.
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