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Conselheiro da Algorand: lei sobre bitcoin em El Salvador é inconsequente

Co-Pierre Georg criticou forma como a "Lei Bitcoin" foi aprovada em El Salvador, mas elogiou pioneirismo do país; ele também comentou diferenças entre CBDCs e criptomoedas

El Salvador recentemente comprou mais 15 milhões de dólares em bitcoin e viu seu valor derreter logo em seguida (MARVIN RECINOS/Getty Images)

El Salvador recentemente comprou mais 15 milhões de dólares em bitcoin e viu seu valor derreter logo em seguida (MARVIN RECINOS/Getty Images)

Co-Pierre Georg, membro do conselho da Algorand, blockchain que tem foco em escalabilidade, participou nesta quinta-feira, 27, da terceira edição do Future of Money, evento da Exame com debates e palestras sobre a nova era da economia digital, e afirmou acreditar que a forma como El Salvador tornou o bitcoin uma moeda de curso legal no país foi "inconsequente" e que o governo salvadorenho avançou rápido demais na adoção da criptomoeda.

Durante o painel "Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) vão acabar com as criptos?" no evento do Future Of Money, o também membro do Banco de Reservas da África do Sul afirmou: “Eu acho que é impressionante que El Salvador tenha embarcado nessa jornada, e o governo precisa ser elogiado por ser mais aberto à inovação e experimentação. Eu queria que mais países tivessem essa atitude rebelde, mas existe uma linha tênue entre ser inovador e ser inconsequente”.

“Eu acho que a maneira que El Salvador está implementando a lei bitcoin, tem sido inconsequente, com a consequência sendo que o setor privado não estava preparado, a infraestrutura não existia e as pessoas não estavam prontas para a adoção. Indicadores recentes mostram que a população de El Salvador não está feliz com a lei”, completou.

El Salvador recentemente comprou mais 15 milhões de dólares em bitcoin, chegando a quase 89 milhões de dólares investidos no ativo digital, e viu o valor do investimento derreter logo em seguida.

Co-Pierre também comentou sobre a coexistência das CBDCs e das criptomoedas. Para ele, as duas coisas vão coexistir: “Acho que eles vão sustentar um ao outro. Você precisa da capacidade de inovar das criptomoedas para surgir com ideias malucas, que talvez funcionem em todo lugar e que possam ser traduzidas para o mundo dos CBDCs regulados, ao mesmo tempo você precisa da segurança e da estabilidade do CBDC como uma rampa momentânea para as criptomoedas.”

O Banco Central brasileiro prepara o Real Digital, sua própria CBDC para um possível lançamento ainda esse ano.

Nesta sexta-feira, 28, acontece o dia 3 do evento, com alguns dos maiores especialistas em cripto, blockchain e inovação financeira do mundo todo. O evento é online e totalmente gratuito.

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