Bitcoin valorizou de forma surpreendente desde 2010, especialista prevê o mesmo com moedas do metaverso (Thinkhubstudio/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 10 de outubro de 2022 às 09h57.
À medida que o espaço de ativos digitais cresceu em 2021, houve um evento em especial que ajudou a mudar a percepção do mundo a respeito dos criptoativos: a mudança da marca do Facebook para Meta.
Mark Zuckerberg apareceu em uma mensagem de vídeo para dizer que a gigante da Big Tech estava fazendo um rebranding como parte de uma visão mais ampla “para ajudar a dar vida ao metaverso”.
Dentro de semanas, o hype do metaverso estava em toda parte, e outras grandes corporações estavam procurando entrar na onda antes que fosse tarde demais. Os principais bancos de investimento divulgaram relatórios sugerindo que o Metaverso poderia se tornar uma economia multitrilionária.
No entanto, o burburinho em torno do metaverso começou a desaparecer quando os preços das criptomoedas caíram em 2022. A Meta também informou que havia investido US$ 10 bilhões em seu braço metaverso em 2021, sem nenhum sinal de retorno no horizonte.
"O metaverso se tornou uma palavra da moda no final do ano passado, mas certamente não é um conceito novo. Foi cunhado pela primeira vez por Neal Stephenson em seu romance de ficção científica de 1992, Snow Crash, quando ele criou uma junção de “meta” e “universo”. Mais recentemente, jogos de sucesso como Fortnite e Runescape foram reconhecidos como primeiros exemplos de mundos metaverso", destacou Mel Gelderman, CEO da token.com.
Gelderman destaca que com a evolução das mídias sociais e smartphones ao longo dos anos 2010, nossa sociedade passou cada vez mais tempo no que poderia ser descrito como “o Metaverso”. Mas o metaverso realmente transformará nossas vidas à medida que a tokenização se tornar mais difundida.
"O ecossistema dos criptoativos já viu o surgimento de alguns exemplos iniciais de projetos metaverso como Decentraland. Acreditamos que muitos projetos que constroem o Metaverso hoje terão sucesso no futuro, e é por isso que criamos uma coleção de tokens convidando os usuários a explorar o metaverso", firma.
Portanto, segundo ele, os tokens do metaverso podem ser hoje a oportunidade que o bitcoin foi em 2010. Ele afirma que a tokenização no metaverso promete inaugurar a próxima evolução do mundo digital pois criará uma maneira de as pessoas ganharem com suas atividades e interações online.
"No ano passado, vimos uma explosão de interesse em NFTs, ativos tokenizados que representam uma iteração inicial de como o metaverso pode parecer. Novos adotantes de tokens afluíram ao espaço para trocar imagens de avatares baseados em animais, mas no Metaverso, podemos usar esses mesmos avatares para representar nossas identidades digitais", disse.
Ainda segundo ele, com o surgimento dos tokens, o metaverso criará todos os tipos de casos de uso para criptomoedas e novas formas de usar a Internet.
"Isso me traz de volta a Zuckerberg: embora eu ache que ele estava certo ao ver o potencial do metaverso, a menos que o Meta adote a tokenização, ele pode falhar em sua missão ao longo do caminho. Acho que o que estou dizendo é sim, o metaverso já está aqui, mas os tokens o mudarão para sempre. E isso acontecerá com ou sem Zuckerberg", finaliza.
A revolução do metaveso e todo o seu potencial já começa inclusive a ser debatida por especialistas em direito sobre, de fato, quem é o dono de um NFT e quem tem o direito sobre os objetos virtuais? Segundo a advogada Gabriela Totti, especialista de LGPD na Biolchi Empresarial, tudo passa pelo contrato firmado na compra de um token não-fungível, no caso dos NFTs.
“Toda vez que adquirimos um objeto virtual precisamos estar atentos às cláusulas que estamos assinando. Isso se aplica no caso recente do ator Seth Green, o seu NFT, avaliado em cerca de US$ 2,5 milhões, foi comprado por um terceiro de forma legal, que também foi lesado. Essa situação só se resolveu com o acordo mútuo entre as partes. Mas é preciso estar atento, pois apenas compreendendo o que estamos assinando podemos buscar por nossos direitos”, afirma a especialista.
Além disso, a advogada afirma que no caso brasileiro, as leis do país se aplicariam normalmente nesses casos e, por mais que não tenhamos uma legislação específica sobre o assunto, por se tratar de um tema muito recente, podemos sempre recorrer a Polícia Civil, mais especificamente a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
O certo é que cada vez mais pessoas estão entrando no mundo das posses virtuais. E, até o momento, não temos tantas leis que previnam furtos e roubos. Também é importante estar atento ao phishing, uma tentativa de fraude pela internet que utiliza iscas falsas para poder fazer com que algum usuário realize uma ação, como transferir contas, por exemplo.
“É importante estar de olho nas mensagens que você recebe, duvidando de e-mails e mensagens que podem ser iscas para fraudes que buscam roubar os seus dados”, completa Totti.
Já para Sylmara Multini, CEO da IDG (International Digital Group), empresa que lançou NFTs para atletas brasileiros, a preocupação com os criptoativos deve ser similar aos objetos físicos.
“Uma carteira digital é igual a uma carteira física. A gente não a deixa aberta, não a deixa em qualquer lugar e não fazemos alarde do que temos dentro dela. No mundo digital existem muitas formas de proteger os nossos criptoativos, sejam eles criptomoedas ou NFTs. Além de guardar bem a carteira, escolher um blockchain confiável é o primeiro passo. Comprar de um site que você confia. O bom senso aplicado ao mundo físico se aplica 100% no mundo digital”, explica a executiva.
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