Changpeng Zhao, o "CZ", é o homem mais rico do universo cripto e o 11º do mundo (Anthony Kwan/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2022 às 14h56.
Última atualização em 10 de janeiro de 2022 às 15h18.
O crescimento do mercado de criptomoedas tem deixado muita gente rica nos últimos anos, mas alguns poucos foram além, chegando à casa dos bilhões em suas contas bancárias. O caso mais famoso é de Changpeng Zhao, CEO da corretora Binance, que tem uma fortuna estimada em US$ 96 bilhões, o que faz dele o 11º homem mais rico do mundo.
O número, entretanto, pode ser ainda maior, já que o levantamento da Bloomberg sobre o patrimônio de "CZ", como ele é conhecido, não considera suas posses de criptoativos, que incluem, segundo a publicação, bitcoin e BNB, a criptomoeda criada pela corretora e que valorizou 1.300% em 2021.
Esta é a primeira vez que a lista "Bloomberg Billionaires Index" faz uma estimativa da fortuna de CZ, e o resultado o colocada como o homem mais rico da Ásia, à frente de Mukesh Ambani, indiano do ramo de energia. No ranking global, CZ fica pouco abaixo de nomes como Warren Buffett, oitavo colocado, com patrimônio estimado em US$ 116 bilhões.
O sino-canadense, entretanto, ainda está distante do topo da lista, que tem Elon Musk na liderança (US$ 263 bilhões), seguido por Jeff Bezos (188 bilhões), Bernard Arnault (171 bilhões), Bill Gates (135 bilhões) e Mark Zuckerberg (124 bilhões).
CZ, que já foi atendente do McDonald's no Canadá, para onde mudou quando seu pai foi exilado da China, criou a corretora em 2017, e ela cresceu consideravelmente nesses quase cinco anos, tornando-se a maior do setor no mundo, mas não sem passar por diversas polêmicas: foi banida da China, junto com toda a indústria cripto, e enfrentou problemas regulatórios e/ou legais em diversos países, como Itália, Singapura, Malásia, Reino Unido, Japão, Alemanha e nos Estados Unidos, entre outros.
Em 2020, segundo a Bloomberg, a Binance gerou quase US$ 20 bilhões em receitas, quase o triplo do que especialistas de Wall Street esperam que apareça no balanço da Coinbase em relação à 2021. A Coinbase, listada em bolsa nos EUA, é avaliada em US$ 50 bilhões. Recentemente, a Binance, que é a maior corretora do mundo por volume de negociação, movimentou US$ 170 bilhões em um único dia. Num dia "fraco", a plataforma movimenta US$ 40 bilhões — quatro vezes mais do que há dois anos.
Com tanto dinheiro sendo movimentado, a geração de receitas da corretora com taxas e outros produtos e serviços é gigantesca, o que explica a enorme fortuna de CZ. Além disso, o mercado cripto viveu um forte movimento de alta desde meados de 2020, fazendo com que o valor da maioria dos ativos se multiplicasse. Ao mesmo tempo, a fortuna dos bilionários do mundo cripto também é volátil. Com a queda recente no preço do bitcoin e outras criptomoedas, isso tem reflexo imediato no patrimônio dos líderes do setor.
Além de CZ, a Bloomberg também estimou a fortuna de outros nomes conhecidos do mercado cripto, mas nenhuma suficiente para ocupar o topo da lista de mais ricos do mundo. Logo atrás do executivo da Binance, aparecem Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do bitcoin, mas o levantamento toma como base a carteira com 1,1 milhão de bitcoins, avaliados em US$ 45 bilhões, que muitos acreditam ter sido criada apenas para evitar ataques à rede Bitcoin em seus primeiros anos de existência.
Depois, está Sam Bankman-Fried, CEO da corretora FTX, uma das principais concorrentes da Binance, com fortuna estimada em US$ 15,4 bilhões. Em quarto entre os mais ricos do universo cripto vem Brian Armstrong, fundador e CEO da Coinbase (US$ 8,9 bilhões), seguido por Cameron Winklevoss (5,3 bilhões) e Tyler Winklevoss (5,1 bilhões), irmãos fundadores da corretora Gemini; Mike Novogratz, da Galaxy Digital (5 bilhões) e Fred Ehrsam, cofundador da Coinbase e da Paradigm (3 bilhões).
No final do ano passado, CZ contou ser "financeiramente livre" e disse que não precisa de muito dinheiro, podendo "manter seu estilo de vida desta forma". Na mesma conversa, afirmou que quer doar até 99% do seu patrimônio: "Pretendo doar a maior parte da minha fortuna, como muitos empresários ou fundadores ricos fizeram desde Rockefeller até hoje. Tenho a intenção de doar 90%, 95% ou 99% de minha riqueza”, afirmou, na época.
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