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Clientes retiraram R$ 60 bilhões da corretora cripto Binance após quebra da FTX

Exchange tem enfrentado problemas de confiança por parte de investidores de criptomoedas depois da falência da rival FTX

CEO da corretora de criptomoedas atribui retiradas ao medo de investidores (Anthony Kwan/Bloomberg)

CEO da corretora de criptomoedas atribui retiradas ao medo de investidores (Anthony Kwan/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 12h07.

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, perdeu cerca de US$ 12 bilhões (mais de R$ 62 bilhões, na cotação atual) em menos de 60 dias, entre o final de novembro e o início de janeiro de 2023. O número foi revelado pela revista Forbes, que afirma ter investigado os fluxos da exchange para chegar ao dado atualizado.

De acordo com o levantamento, os números representam quase um quarto de todos os ativos que foram depositados por investidores na Binance. Ao menos 15% deles foram retirados no mesmo dia em que o CEO da exchange, Changpeng Zhao, fez um post no Twitter minimizando outro levantamento que apontava o fluxo de saída.

A Forbes atribuiu as retiradas a uma "falta de confiança" dos investidores em relação à corretora de criptomoedas. Já Zhao classificou anteriormente as causas dessas perdas como "FUD", um termo que resume movimentações baseadas em boatos que assustam investidores.

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A Binance e outras exchanges têm enfrentado problemas de confiança no mercado depois da falência da FTX, que era a segunda maior corretora do mundo. A quebra ocorreu após tentativas de retiradas de clientes depois de revelações de que a empresa misturava seus fundos com os de clientes.

Desde então, as retiradas de criptomoedas em exchanges atingiram valores recordes. No caso da Binance, o cenário piorou em dezembro, quando surgiram notícias de que a corretora e seu CEO podem ser processados nos Estados Unidos devido a um aparente descumprimento de leis sobre lavagem de dinheiro.

Autoridades norte-americanas apuram se a corretora de criptoativos foi usada para burlar regras sobre o tema. De acordo com a Reuters, os procuradores ainda estão divididos sobre entrar ou não com um processo tendo como base as informações coletadas até o momento.

À época, Zhao afirmou que "o FUD nos ajuda a crescer, mesmo que seja completamente irritante. Você não pode espalhar FUD sobre alguém sem mencionar explicitamente seu nome, o que te torna mais conhecido. Também ajuda a unir seus apoiadores porque forma uma aliança de defesa comum".

Mesmo com a retirada, a Binance ainda possui reservas altas de criptomoedas em suas carteiras, o que ajuda a evitar problemas de liquidez como os da FTX. " Alguns dias temos retiradas líquidas; alguns dias temos depósitos líquidos. Negócios como de costume para nós", disse Zhao em outro post.

Ainda em dezembro, a primeira prova de reservas que a corretora realizou foi retirada do ar pela auditora Mazars, que descontinuou todos os seus serviços de auditoria no setor de criptoativos. Desde então, a Binance realizou outras auditorias para comprovar sua liquidez.

A EXAME entrou em contato com a Binance e solicitou um posicionamento sobre as informações divulgadas pela Forbes. Segundo a corretora, "os saques não estão acelerando. Em última análise, nossos usuários querem saber que seus fundos estão seguros e que nosso negócio é financeiramente sólido. Para esse fim, a estrutura de capital da Binance está livre de dívidas e também demonstrou recentemente sua robustez financeira ao executar US$ 6 bilhões em saques líquidos entre 12 e 14 de dezembro sem perder o ritmo".

"A análise da Forbes é mal concebida e os números que eles elencam estão errados em bilhões. Recentemente, três grupos de pesquisa independentes publicaram separadamente relatórios que indicavam que a situação da Binance permanece forte e bem posicionada a longo prazo", diz a corretora de criptomoeda.

A exchange garante que continua "a manter ativos 1:1 com os depósitos e podemos financiar saques a qualquer momento, mesmo em grandes volumes, embora exagerados, como citados por este artigo".

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