Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 16h24.
David Solomon, CEO do Goldman Sachs, afirmou que o gigante do mercado financeiro poderá "considerar" liberar investimentos em bitcoin e ether para seus clientes caso a regulamentação sobre criptomoedas nos Estados Unidos passe por mudanças nos próximos anos com o retorno de Donald Trump à presidência do país.
Solomon falou sobre o tema durante o evento Reuters Next na última terça-feira, 10, quando foi questionado sobre a possibilidade do banco disponibilizar a negociação de criptomoedas no mercado à vista para os seus clientes. Entretanto, a regulação segue como principal barreira.
O CEO afirmou que o Goldman Sachs sofre de limitações regulatórias e que, por isso, não consegue incluir o serviço. Entretanto, ele destacou que há chances do cenário mudar em breve, o que tem animado investidores do mercado financeiro.
"Eu realmente acho que essas tecnologias estão recebendo muita atenção no momento porque há uma visão de que o quadro regulatório vai evoluir devido a um avanço diferente do que estava sendo indicado pela última administração [dos Estados Unidos, com Joe Biden]", disse.
Por outro lado, Solomon destacou que ainda não há uma certeza sobre quais mudanças ocorrerão. No momento, ele reforçou que o banco "não tem permissão" para oferecer a negociação de bitcoin e ether para os seus clientes.
Solomon também compartilhou a visão de que o bitcoin é um "ativo especulativo" no momento, mas que "as pessoas estão muito interessadas nas criptomoedas. E eu entendo o porquê". Recentemente, o banco disse que houve uma "retomada" do interesse de seus clientes em criptomoedas.
Apesar de não disponibilizar a negociação à vista desses ativos, o Goldman Sachs possui uma divisão para o segmento desde 2021 e também faz parte da Canton Network, um projeto de blockchain que reúne algumas das principais empresas do mundo para avaliar o potencial da tecnologia.
Em agosto deste ano, o Goldman Sachs também revelou que possuía cerca de US$ 400 milhões (mais de R$ 2,4 bilhões, na cotação atual) em investimentos em ETFs de bitcoin, concentrados principalmente nos ETFs das gestoras BlackRock - em que atua como um dos "participantes autorizados" do fundo - e Fidelity.