(Bloomberg/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 15h44.
Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 16h17.
Michael Corbat, CEO do Citigroup, falou em entrevista à David Rubenstein, da Bloomberg, nesta sexta-feira, 4, que a instituição está ajudando governos do mundo todo na criação de moedas digitais emitidas por bancos centrais. Corbat também fez questão de enfatizar que as CBDCs são um "desenvolvimento inevitável para o futuro do dinheiro".
"Estamos trabalhando com governos de todo o mundo para ajudar no desenvolvimento de moedas digitais soberanas", afirmou o executivo, sem especificar quem são os parceiros do Citigroup nesses projetos.
"Os criptoativos deverão mesmo desempenhar um papel relevante na era das CBDCs", continuou Corbat, questionado sobre o bitcoin. "Algumas dessas moedas cotinuarão a ser alternativas, opções diferentes de pagamento das quais as pessoas podem tirar vantagem com base na sua natureza", completou, provavelmente em referência às stablecoins.
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Em entrevista de 2017, Michael Corbat já havia dito que as CBDCs ganhariam força e seriam usadas por governos e instituições como resposta à "ameaça" do bitcoin. Os primeiros estudos do Citigroup na área de moedas digitais datam de 2014, mas a companhia não é a primeira grande empresa ligada ao desenvolvimento de CBDCs. Visa e Mastercard, por exemplo, anunciaram iniciativas ligadas a este tipo de projeto em julho e em setembro passados, respectivamente.
As Central Banks Digital Currencies ganham força à medida que o processo de digitalização financeira se intensifica no mundo todo, seja com o aumento da popularização do bitcoin — e do mercado de criptoativos como um todo —, seja com outras plataformas e sistemas que podem influenciar no uso do dinheiro físico.
Por causa disso, diversos países trabalham no desenvolvimento de uma versão digital para suas moedas nacionais. Atualmente, a China é a grande economia com projeto mais avançado de CBDC — o "iuane digital" já caminha para seu segundo teste prático com cidadãos chineses. Brasil, Reino Unido, Arábia Saudita, Emirados Árabes e o Banco Central Europeu também já estudam o tema e devem avançar rapidamente na questão.