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Caso FTX pode representar 'começo do fim' das altcoins, diz especialista em bitcoin

Para Jimmy Song, quebra da exchange mostra necessidade de investidores verificarem onde investem, e não apenas confiarem

Jimmy Song defendeu que investidores de criptoativos foquem em verificar situação das exchanges após caso FTX (Reprodução/Reprodução)

Jimmy Song defendeu que investidores de criptoativos foquem em verificar situação das exchanges após caso FTX (Reprodução/Reprodução)

O escritor e especialista em bitcoin Jimmy Song acredita que a crise desencadeada pelos problemas financeiros da corretora FTX deverá reforçar a criação de regulações sobre criptoativos e pode representar o "início do fim" para as altcoins, criptomoedas alternativas ao bitcoin.

Song falou sobre a crise em entrevista à EXAME nesta sexta-feira, 11, durante o Labitconf, evento que ocorre em Buenos Aires, na Argentina. Ele avaliou que "não consigo ver os governos não regulando os criptoativos" depois dos desdobramentos do caso e do tamanho do prejuízo para investidores.

(Mynt/Divulgação)

"Foi uma quebra de confiança gigantesca. Mas acho que o bitcoin ficará bem por ser descentralizado. Pode ser o começo do fim para muitas altcoins, e para elas a trajetória de longo prazo é de queda", avaliou Song.

Além disso, ele acredita que uma onda de regulações impediria um "próximo boom" de surgimento de projetos de altcoins, que pode "nunca mais acontecer".

Para o especialista, o caso da FTX mostra que "as pessoas confiaram sem verificar, as pessoas acreditaram na FTX e perderam". Song é contra essa postura, lembrando que os fundamentos do bitcoin permitem que as pessoas "verifiquem sem confiar", dificultando perdas com golpes ou enganos.

"É uma lição bem cara para essas pessoas", observa. "Todas as moedas tem esse incentivo de confiar ao invés de verificar, não há uma cultura de verificar nessas entidades, e quando uma fali, perde o dinheiro".

Song afirmou ainda que as ações de Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, foram "erradas", mas que ele chegou na posição que permitiu tomá-las "pois as pessoas confiaram nele, depositaram tudo, sem verificar. Mesmo que uma pessoa saiba o que está fazendo agora, isso pode não durar pra sempre".

"O bitcoin permite essa autossoberania, é o que o faz ser diferente, e espero que essa crise deixe isso bem claro. Não queremos confiar em ninguém, porque essas são as pessoas que podem te prejudicar", defendeu o escritor.

*O repórter João Pedro Malar viajou a Buenos Aires para a Labitconf a convite da exchange Bitso

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