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Capacidade de atender às falhas específicas de cada mercado deve potencializar uso das criptomoedas

Ferramenta de investimento, proteção contra inflação e até nos games - ativos digitais ganham terreno globalmente graças à sua vasta aplicabilidade

A digital map of the earth and huge network. (City Lights 2012 - Flat map -https://images.nasa.gov/details-GSFC_20171208_Archive_e001589 - Softwar:3dsMax, Adobe After Effects, and Photoshop) (Getty Images/Reprodução)

A digital map of the earth and huge network. (City Lights 2012 - Flat map -https://images.nasa.gov/details-GSFC_20171208_Archive_e001589 - Softwar:3dsMax, Adobe After Effects, and Photoshop) (Getty Images/Reprodução)

JC
Javier Carrión

Vice-presidente e head de vendas da Chainalysis para América Latina.

Publicado em 29 de outubro de 2023 às 10h00.

A criptoeconomia está se consolidando e mudará a forma como nos relacionamos com a internet e com as finanças. Nesse sentido, diversos países têm preparado o terreno para que essa indústria possa crescer e acrescentar valor a suas cadeias de produção. A exemplo disso, o Brasil tem tomado a frente na América Latina quando se trata de regulação e participação de players do mercado cripto nesses debates.

Esse movimento foi espelhado no novo relatório global Geografia das Criptomoedas, elaborado pela Chainalysis, no qual o Brasil caiu da sétima para a nona colocação entre 2022 e 2023. Essa mudança, no entanto, não representa más notícias para o mercado brasileiro - uma vez que ela indica a estabilidade da criptoeconomia local ante o rápido crescimento observado em países como Indonésia e Nigéria, que ascenderam ao top 10 do ranking no último ano.

Portanto, é correto afirmar que o ecossistema cripto no Brasil continua a crescer, mas numa velocidade menor do que em outros mercados. Como prova disso, o país saltou da 113ª colocação no volume transacionado entre peers (P2P) em 2022 para 15ª posição no Global Crypto Adoption Index deste ano.

O levantamento combina dados on-chain e do mundo real para medir quais países estão liderando a adoção de criptomoedas. Ou seja, não se trata de quais países têm os maiores volumes brutos de transações, mas sim aqueles em que as pessoas comuns mais usam criptomoedas.

O crescimento, associado à segurança jurídica que os órgãos reguladores estão construindo, deve consolidar o mercado cripto brasileiro na vanguarda do setor - visto que Brasil e Estados Unidos são os únicos países das Américas no top 10 do Global Crypto Adoption Index.

Como indicou o levantamento da Chainalysis, as criptomoedas têm se popularizado também por atender necessidades específicas de cada mercado. Quando olhamos para a América Latina, por exemplo, os ativos digitais têm sido usados por argentinos e venezuelanos como uma forma de proteger fundos da desvalorização causada pela hiperinflação.

no México, uma das principais aplicações das criptomoedas está no envio de remessas internacionais. Enquanto isso, no Brasil, temos visto uma alta procura por bitcoins e outras criptomoedas, o que indica que os usuários locais têm interesse por investimentos de longo prazo.

No geral, o levantamento indica que países de renda média baixa tiveram a maior adoção de criptomoedas no último ano. Também é possível perceber que países com características econômicas muito diferentes entre si podem usar as criptomoedas como uma ferramenta para atender suas falhas de mercado. Isso é comprovado de forma muito eficiente pela heterogênea Ásia Central e Meridional, com seis países do top 10 do ranking.

Nessa região, cripto ativos tiveram um boom graças à popularização de games nas Filipinas (6), e à proteção de fundos contra a inflação no Paquistão (8). Já na Índia, primeira colocada no ranking, a criptoeconomia continua a crescer rapidamente apesar dos entraves tributários e regulatórios. O país taxa cerca de 30% dos lucros com criptomoedas e 1% em todas as transações feitas com ativos digitais - uma alíquota única e acima dos padrões observados em outros mercados.

Dadas a capacidade adaptativa das criptomoedas às especificidades locais e a melhora considerável nos preços para o setor, é esperado que os ativos digitais tenham um novo período de alta de mercado. Nesse sentido, os players e reguladores brasileiros têm se mobilizado para prover regras claras e eficientes para o setor, e isso colocará o país em uma posição mais competitiva na nova era da economia digital.

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